Valsecchi e Van der Garde viram apostas; Calado e Nasr são os principais estreantes
Bruno Ferreira e Lucas Berredo, de São Paulo

Com o calendário mais abrangente de sua curta história, a
GP2 chega à oitava temporada com velhos nomes como protagonistas e
prováveis candidatos ao título.
Por conta dos altos custos para ingressar na categoria, a maior parte dos times grandes aposta em nomes já consolidados na classe, mas que, por enquanto, têm pouca perspectiva de sucesso na F1. Giedo van der Garde, Davide Valsecchi e Marcus Ericsson estão entre os nomes da breve lista.
O mexicano Esteban Gutiérrez aparece como um nome à parte: teve pouco destaque em 2011, mas dado seu bom desempenho na GP3, no ano anterior, pode ser uma das surpresas do campeonato.
Com a Renault World Series absorvendo nomes promissores como Richie Stanaway e Kevin Magnussen, a categoria júnior também terá poucos estreantes da expressão. O inglês James Calado, vice-campeão da GP3, que correrá pela Lotus, e o brasileiro Felipe Nasr, atual detentor do título da F3 Inglesa, devem ser os destaques entre as novidades.
Calado, que chegou a disputar uma prova extraoficial da GP2 no fim do ano passado, deverá se destacar mais, já que Nasr, com um piloto muito mais experiente como colega de equipe na Dams, ainda tenta se aclimatar à categoria. O holandês Nigel Melker, da Ocean, também merece menção, mas em um time pouco competitivo, o que não deve lhe permitir lutar por vitórias no campeonato.
Para este ano, a pontuação do campeonato foi adaptada ao sistema da F1: o primeiro colocado da bateria de abertura receberá 25 pontos, enquanto o segundo ganhará 15 e o terceiro 12, assim por diante até o décimo colocado, como a categoria-mãe. Na segunda bateria, o sistema de pontuação premiará os oito primeiros com a seguinte configuração: 15-12-10-8-6-4-2-1. O pole position e o piloto que registrar a volta mais rápida também ganharão pontos.
Em 2012, a categoria também adotará um regulamento de pneus semelhante à F1. Um total de quatro conjuntos da Pirelli estará disponível para cada piloto da GP2 durante o fim de semana: três jogos de pneus “prime” – mais duros – e outro de “option” – mais macios. Como na F1, a Pirelli usará cores para diferenciar os compostos.
Para a bateria complementar, os pilotos terão de manter um conjunto de pneus duros – isto é, precisarão escolher entre os dois compostos remanescentes e um jogo de macios para os treinos livres, a classificação e a corrida de abertura. Um pitstop será obrigatório na bateria inicial.
CONFIRA AS EQUIPES E OS PILOTOS DA TEMPORADA DE 2012 DA GP2:
Addax
Chefe: Alejandro Agag
Fundação: 2009
Sede: Ribarroja del Turia, na Espanha
Títulos no campeonato de equipes: 1 (2011)
Melhor posição no campeonato de pilotos: 2º (2009, com Vitaly Petrov, e 2010, com Sergio Pérez)
Posição no campeonato de 2011: 1º (101 pontos)
Pilotos: Josef Král (República Tcheca) e Johnny Cecotto Jr. (Venezuela)
Financiada pelo grupo de investimentos asiático Barwa e chefiada pelo magnata espanhol Alejandro Agag, a Addax aposta em uma dupla pouco badalada – o tcheco Josef Král e o venezuelano Johnny Cecotto Jr – para manter o título de equipes na GP2 e lutar pela taça inédita no campeonato de pilotos da categoria.
Ainda em busca de sua primeira vitória na classe, Josef Král possui um currículo discreto nas categorias de base. Foi vice-campeão da F-BMW Inglesa em 2007 pela Raikkonen-Robertson e conquistou um terceiro lugar na extinta F-Master Internacional (antecessora da GP3), em 2009. Na GP2, disputou uma temporada completa pela Arden no ano passado e mostrou bom desempenho, garantindo dois pódios em Mônaco e Spa-Francorchamps.
Filho da lenda homônima do motociclismo, Johnny Cecotto Jr. tem um currículo pouco atrativo. Foi terceiro colocado na F3 Alemã, em 2008, e já tem duas temporadas de GP2, uma na Trident, em 2010, e outra na Ocean, no ano seguinte. Fez apenas três pontos marcados na categoria, mas impressionou a Agag pelo bom desempenho na segunda corrida de Spa-Francorchamps, no ano passado – quando foi oitavo colocado –, e no teste para jovens pilotos, com a Force India, também em 2011.
Dams
Chefe de equipe: Jean-Paul Driot
Fundação: 1988
Sede: Le Mans, na França
Melhor posição no campeonato de equipes: 2º (2011)
Títulos no campeonato de pilotos: 1 (2011, com Romain Grosjean)
Posição no campeonato de 2011: 2º (89 pontos)
Pilotos: Davide Valsecchi (Itália) e Felipe Nasr (Brasil)
Tetracampeã da F3000 Internacional nos anos 90, a Dams conquistou, no ano passado, seu primeiro título de pilotos na GP2 com Romain Grosjean, agora piloto titular da Lotus na F1. O sucesso do time em 2011 se deve em grande parte à parceria com a Gravity, empresa chefiada por Éric Boullier, atual chefe da Lotus e diretor técnico da Dams desde 2003.
Na metade de 2010, Boullier foi o responsável por bancar a chegada do descrente Grosjean a Le Mans – e isso resultou em cinco vitórias e dez pódios no ano passado, além do título inédito de pilotos para a equipe. A Dams só ficou sem o título por equipe, muito por conta do fraco desempenho do norueguês Pal Varhaug.
Para este ano, conta com a experiência do italiano Davide Valsecchi, em sua quinta (!) temporada na GP2, e do estreante brasileiro Felipe Nasr, atual campeão da F3 Inglesa.
Natural de Eupilio, norte da Itália, Valsecchi conquistou o título da GP2 Asia em 2009-10, mas pouco fez além disso na categoria de base principal, acumulando três vitórias (Monza-2008, Abu Dhabi-2010 e Mônaco-2011) e sete pódios no currículo. Em 2012, o piloto de 25 anos conta com uma nova oportunidade na GP2 e praticamente sua última chance de demonstrar velocidade suficiente para correr na F1.
O brasiliense Felipe Nasr, por sua vez, se encontra em uma situação oposta. Após vencer a F-BMW Europeia e a tradicional F3 Inglesa, Nasr migrou para a GP2 com o objetivo de fazer uma temporada de aprendizado e ficar o mais próximo possível da F1. Até mesmo do ponto de vista técnico, com o novo regulamento da categoria incluindo pneus com configurações semelhantes ao da categoria-mãe.
Em seu primeiro ano, Nasr conta, além do talento, com uma gama imprescindível de patrocínios fortes para permanecer na GP2 por longo tempo e fazer carreira na categoria. Aos 19 anos, o brasiliense já é, por conta disso, uma das maiores promessas do automobilismo brasileiro.
Racing Engineering
Chefe de equipe: Duque de Galliera
Fundação: 1999
Sede: Sanlúcar, na Espanha
Títulos no campeonato de pilotos: 1 (2008, com Giorgio Pantano)
Melhor posição no campeonato de equipes: 3º (2011)
Posição no campeonato de 2011: 3º (73 pontos)
Pilotos: Fabio Leimer (Suíça) e Nathanael Berthon (França)
Embora tenha terminado o campeonato de equipes na terceira colocação, a Racing Engineering fez uma temporada discreta em 2011. Dani Clos, após lutar pelo título no ano anterior, foi apenas o nono colocado, enquanto o alemão Christian Vietoris, mesmo com duas vitórias, em Spa e Monza, nunca teve o equipamento suficiente para ambicionar voos maiores durante o ano, fechando o campeonato em sétimo lugar.
Para 2012, o time chefiado por Alfonso de Orléans e Bourbon, o duque de Galliera, terá o inconstante suíço Fabio Leimer e o novato francês Nathanael Berthon.
Mais conhecido como o piloto cuja carreira custou US$ 16 milhões, Leimer começou na F-Master Internacional, onde foi vice-campeão em 2008 e ganhou o título no ano seguinte, pela Jenzer. Chegou à GP2 em 2010 e deu grandes demonstrações de bom senso de administração em corridas – ambas as vitórias em Barcelona –, assim como se envolveu em graves acidentes em Spa-Francorchamps e Istambul.
Natural de Romagnat, na Ocitânia, centro da França, Nathanael Berthon fez uma boa temporada em 2010 pela Draco na Renault World Series. No entanto, no ano seguinte, curiosamente, caiu de rendimento após migrar para uma equipe melhor, a ISR. Aos 22 anos, Berthon disputou quatro provas da GP2 Asia em 2011 também pela Racing Engineering, mas teve um desempenho fraco.
iSport
Chefe de equipe: Paul Jackson
Fundação: 2004
Sede: Norwich, na Inglaterra
Títulos no campeonato de equipes: 1 (2007)
Títulos no campeonato de pilotos: 1 (2007, com Timo Glock)
Posição no campeonato de 2011: 4º (70 pontos)
Pilotos: Marcus Ericsson (Suécia) e Jolyon Palmer (Inglaterra)
Descendente da equipe Petrobras Junior, que levou Max Wilson, Jaime Melo Jr, Bruno Junqueira e Ricardo Sperafico, entre outros, à F3000, a iSport mostrou um desempenho discreto em 2011 ainda com uma dupla forte, formada pelo inglês Sam Bird e pelo sueco Marcus Ericsson.
Juntos, Bird e Ericsson marcaram cinco pódios, um número considerado baixo para a expectativa sobre os pilotos e a própria equipe, que no final dos anos 2000, se acostumou a lutar pelo título da categoria. Neste ano, Bird se mandou para a World Series, onde correrá pela ISR, e Ericsson foi mantido no time.
Campeão das 500 Milhas de Indianápolis, Kenny Brack disse, em 2006, que o estilo de Ericsson era semelhante ao de Alain Prost, tetracampeão mundial. Ao contrário do francês, no entanto, o piloto de 21 anos, apesar de ser muito veloz, ficou marcado pela irregularidade nos últimos anos.
Após conquistar bons resultados na base e títulos na F-BMW Inglesa e na F3 Japonesa, Ericsson ainda não traduziu o potencial mostrado nestas categorias na GP2. Deu mostras esporádicas em 2010, quando ganhou uma prova pela Super Nova, e no ano passado, ao registrar dois pódios em Barcelona e Silverstone. Tocou-se, porém, com o próprio companheiro de equipe Sam Bird no treino para a etapa de Mônaco e irritou profundamente o chefe do time, Paul Jackson, que, apesar disso, resolveu apostar em seu talento novamente em 2012.
Jolyon Palmer foi vice-campeão da F2 em 2010, mas não impressionou ao migrar para GP2 no ano passado. Fez 18 provas pela Arden e não marcou nenhum ponto, com dois nonos lugares em Barcelona e Valência como seus melhores resultados.
Lotus GP
Chefes de equipe: Frédéric Vasseur e Nicolas Todt
Fundação: 1991 (como ASM)
Sede: Villeneuve-la-Guyard, na França
Títulos no campeonato de equipes: 3 (2005, 2006 e 2009)
Títulos no campeonato de pilotos: 3 (2005, com Nico Rosberg; 2006, com Lewis Hamilton; e 2009, com Nico Hulkenberg)
Posição no campeonato de 2011: 5º (68 pontos)
Pilotos: Esteban Gutiérrez (México) e James Calado (Inglaterra)
A Lotus GP parece um time novo, mas nada mais é do que a ART, a equipe com maior número de títulos na GP2. Desde o ano passado, a montadora inglesa patrocina o time de Nicolas Todt – filho do ex-dirigente da Ferrari e atual presidente da FIA, Jean Todt – e fornece engenheiros da equipe da F1 para o mesmo.
Neste ano, a equipe tenta se recuperar de um campeonato decepcionante em 2011, em que parecia contar com dois dos melhores pilotos do grid – o francês Jules Bianchi e o promissor mexicano Esteban Gutiérrez – e fechou a temporada apenas na quinta colocação – uma das piores de sua história. Todt manteve Gutiérrez e contratou o rápido James Calado, atual vice-campeão da GP3.
Na contramão dos atuais pilotos no grid da GP2, Esteban Gutiérrez possui um ótimo currículo nas categorias de base. Campeão da F-BMW Europeia em 2008 e da GP3 em 2010, o mexicano de Monterrey pintava como um dos principais candidatos para lutar pelo título em 2011, mas errou muito em sua primeira temporada, terminando com uma vitória e apenas dois pódios. Também piloto de testes da Sauber, Gutiérrez ganha mais uma chance de mostrar serviço para os chefes na F1.
Natural de Cropthorne, em Worcestershire, oeste da Inglaterra, James Calado venceu campeonatos nacionais e europeus de kart, onde pôde se orgulhar de ter batido nomes como Sébastien Buemi, Jaime Alguersuari, Jean-Éric Vergne e Jules Bianchi.
Ao contrário dos rivais, no entanto, Calado demorou a migrar para os monopostos. Estreou em 2008 e obteve de cara dois títulos nas séries de inverno da F-Renault Inglesa e Portuguesa. No ano seguinte, consolidou-se como piloto de ponta na F-Renault Inglesa e foi vice-campeão, saindo em 2010 para a F3 Inglesa, onde também conquistou o vice em seu primeiro ano.
Na temporada passada, Calado perdeu o título da GP3 por sete pontos para o finlandês Valtteri Bottas, mas mostrou ser um piloto confiável ao registrar uma vitória e seis pódios, quatro deles consecutivos. No fim do ano, ainda estreou na GP2 e venceu uma das provas da etapa extraoficial da GP2 em Abu Dhabi. É um dos candidatos a surpreender na temporada 2012 da categoria, caso a Lotus o ofereça um carro competitivo.
Caterham
Chefe de equipe: Riad Asmat
Fundação: 2011 (como AirAsia)
Sede: Hingham, na Inglaterra
Melhor posição no campeonato de equipes: 6º (2011) (*)
Melhor posição no campeonato de pilotos: 7º (2011, com Davide Valsecchi) (*)
Posição no campeonato de 2011: 6º (49 pontos) (*)
Pilotos: Giedo van der Garde (Holanda) e Rodolfo González (Venezuela)
(*) Com o nome de Caterham AirAsia
Ao contratar Davide Valsecchi e Luiz Razia no ano passado, a Caterham (ex-AirAsia), reduto do malaio Tony Fernandes na GP2, adotou uma política conservadora em sua primeira temporada, apostando em pilotos experientes da categoria.
Em 2012, o time manteve a mesma tática. Acertou com os “veteranos” Giedo van der Garde e Rodolfo González, que além de experiência, levam um bom dinheiro à equipe.
Holandês de Rhenen, na província de Utrecht, Giedo van der Garde é bastante experiente e conta com um título importante na carreira, o da World Series, obtido em 2008. Migrou em 2009 para a GP2 e só correu por times grandes, especialmente a Addax, mas conseguiu resultados pouco expressivos.
Atual piloto de testes da Caterham na F1, Van der Garde tenta mostrar à categoria-mãe que pode assumir um cockpit em 2013. Pelo ponto de vista competitivo, já que financeiramente, o holandês conta com dinheiro de sobra: é genro de Marcel Boekhoorn, um dos homens mais ricos dos Países Baixos e investidor em uma série de empresas locais, como o jornal “De Telegraaf”, a montadora Spyker (a mesma que teve um time de F1) e o clube de futebol NEC Nijmegen.
Contemporâneo de Pastor Maldonado, Rodolfo González não tem o talento do antecessor, mas conta com o polpudo apoio governamental da Venezuela (leia-se PDVSA). Assim, com pouco destaque nas pistas, pode se manter até o fim da temporada graças à segurança financeira. Seu currículo antes da GP2 é pouco atrativo, com um quinto lugar na extinta F3000 Euroseries (atual Auto GP) como o momento de maior glória. Na categoria chefiada por Bruno Michel, correu sem brilho por Arden e Trident.
Coloni
Chefe de equipe: Paolo Coloni
Fundação: 1981
Sede: Perugia, na Itália
Melhor posição no campeonato de equipes:7º (2011)
Posição no campeonato de 2011: 7º (46 pontos)
Pilotos: Stefano Coletti (Mônaco) e Fabio Onidi (Itália)
A tradicional Coloni, que entre 1987 e 1991 teve um time de F1, viveu um bom momento no ano passado graças ao ótimo desempenho de Luca Filippi, que conquistou três vitórias e quatro pódios para o time na segunda metade da temporada.
Com a partida de Filippi para a Indy, onde correrá pela Rahal Letterman, a equipe aposta no monegasco Stefano Coletti e no italiano Fabio Onidi.
Uma das boas surpresas da categoria em 2011, Coletti teve pouco destaque nas categorias de base anteriores. Conquistou um sexto lugar pela Comtec na World Series em 2010 e migrou no ano seguinte para a GP2 Ásia, onde chamou a atenção ao fechar a minitemporada em quarto lugar.
Acertou com a fraca Trident e se destacou, garantindo duas vitórias e um 11º lugar no campeonato. Resta saber se continuará na mesma curva de aprendizado em 2012, por uma equipe maior.
Fabio Onidi foi campeão italiano de kart em 2003 e fez carreira na Euroseries 3000, sendo vice-campeão em 2008 e terceiro colocado no ano seguinte pela Coloni. Permaneceu na categoria, agora como Auto GP, em 2010 e 2011, mas não mostrou o mesmo brilho de antes. Na Coloni, terá a maior oportunidade da sua carreira até então para se destacar no cenário europeu.
Trident
Chefe de equipe: Maurizio Salvadori
Fundação: 2006
Sede: San Pietro Mosezzo, na Itália
Melhor posição no campeonato de equipes: 8º (2011)
Melhor posição no campeonato de pilotos:
Posição no campeonato de 2011: 8º (22 pontos)
Pilotos: Julián Leal (Colômbia) e Stéphane Richelmi (Mônaco)
Como a conterrânea Coloni, os melhores momentos da Trident em 2011 podem ser atribuídos ao desempenho de um único piloto: Stefano Coletti, que surpreendeu a todos com vitórias em Istambul e Budapeste.
Com a saída do monegasco para a Coloni, o time perdeu o potencial técnico para a temporada 2012 e terá de se virar com dois nomes duvidosos: Stéphane Richelmi, vice-campeão da F3 Italiana em 2010, e Julián Leal, campeão da F3000 Italiana em 2008, pela Durango.
Richelmi substituiu o conterrâneo Coletti na prova extraoficial da GP2 em Abu Dhabi, no fim do ano passado, e agradou à Trident. No entanto, antes disso, pouco fez nas categorias de base. Vice da F3 Italiana para César Ramos há dois anos, migrou em 2011 para a World Series e obteve um sétimo lugar em Monza como seu melhor resultado.
O ítalo-colombiano Julián Leal se destacou negativamente na temporada passada ao empurrar Davide Rigon para a reta dos boxes em Istambul e provocar um acidente desastroso, que quase acabou com a carreira do atual piloto de testes da Ferrari. Terminou o campeonato sem marcar pontos, com um nono lugar em Nurburgring como melhor resultado.
Lazarus
Chefe de equipe: Tancredi Piagiaro
Fundação: 2009
Sede: Pádua, na Itália
Melhor posição no campeonato de equipes: não tem
Melhor posição no campeonato de pilotos: não tem
Posição no campeonato de 2011: não disputou
Pilotos: Fabrizio Crestani (Itália) e Giancarlo Serenelli (Venezuela)
Fundada em 2009 por Tancredi Piagiaro, ex-chefe da Piquet Sports, a Lazarus substitui neste ano a Super Nova, tradicional equipe “de base” que foi obrigada a deixar a GP2 por conta de um alto número de dívidas que contraiu no ano passado.
Com dinheiro venezuelano, a Lazarus se estabeleceu na Auto GP e fez sua melhor temporada em 2011, com os italianos Fabio Onidi e Fabrizio Crestani. Na ocasião, o time terminou empatado na segunda colocação com a Campos na classificação após conquistar uma vitória – com Onidi –, sete pódios e 190 pontos.
Onidi partiu para a Coloni e a Lazarus terá de se virar com Crestani, um piloto irregular que pouco fez nas categorias de base. Seu melhor momento foi no ano passado, quando terminou a temporada da Auto GP em sexto lugar, com quatro pódios.
O outro dono da vaga é o obscuro venezuelano Giancarlo Serenelli, tricampeão e recordista de vitórias na fraca Latam Challenge. Antecessora da F-Renault Pan-Americana, a categoria, que baseia a maior parte de suas corridas no México, usa monopostos F-Vee de motor Volkswagen.
Rapax
Chefes de equipe: Gianfranco Sovernigo e Andrea Bergamini
Fundação: 1997 (como GPR)
Sede: Veggiano, na Itália
Títulos no campeonato de equipes: 1 (2010)
Títulos no campeonato de pilotos: 1 (2010, com Pastor Maldonado)
Posição no campeonato de 2011: 10º (15 pontos)
Pilotos: Ricardo Teixeira (Angola) e Tom Dillmann (França)
Fundada dos espólios da GPR e da Piquet Sports, a Rapax vai para sua terceira temporada na GP2 com a dupla mais fraca de sua curta história: o angolano Ricardo Teixeira e o francês Tom Dillmann.
Angolano, mas nascido em Lisboa (Portugal), Teixeira teve seu melhor momento a bordo de monopostos no distante ano de 2006, quando fechou a temporada da F3 Inglesa com um sétimo lugar. Estreou na GP2 em 2009 pela Trident, mas não marcou pontos e foi dispensado, buscando refúgio na F2 no ano seguinte.Em 2011, foi piloto de testes da Lotus na F1 (atual Caterham).
Nascido em Mulhouse, na fronteira da França com a Alemanha, Tom Dillmann possui um currículo mais promissor. Fez carreira na F3 Euroseries no fim dos anos 2000, mas foi ofuscado por talentos como Romain Grosjean, Nico Hulkenberg e Jules Bianchi, indo parar em 2010 na F3 Alemã.
Em sua nova jornada, Dillmann disputou o campeonato com o local Daniel Abt e o venceu por oito pontos, conquistando seu primeiro título na carreira. No mesmo ano, deve-se ressaltar que o francês também derrotou nomes promissores como Kevin Magnussen, atual vice-campeão da F3 Inglesa, e Felix Rosenqvist, vencedor do Masters de F3 no ano passado.
Dillmann migrou para a GP3 em 2011, mas seus resultados não foram expressivos, apesar de correr por um time grande como a Addax. Terminou a temporada em 14º lugar, com um pódio e 15 pontos. Em 2012, terá nova chance de se reabilitar.
Arden
Chefes de equipe: Christian e Garry Horner
Fundação: 1997
Sede: Banbury, na Inglaterra
Melhor posição no campeonato de equipes: 2º (2005)
Melhor posição no campeonato de pilotos: 2º (2005, com Heikki Kovalainen)
Posição no campeonato de 2011: 11º (15 pontos)
Pilotos: Luiz Razia (Brasil) e Simon Trummer (Suíça)
De equipe dominante no início dos anos 2000 na F3000 à mera coadjuvante no fundo do grid. É a realidade da Arden, equipe liderada por Christian Horner, que pouco fez desde sua primeira temporada na GP2, quando terminou o campeonato em segundo lugar com Heikki Kovalainen ao volante.
Em 2012, o time inglês aposta no experiente Luiz Razia, ex-FMS (atual Coloni) e Air Asia, e no suíço Simon Trummer, vice-campeão da F-Renault Suíça em 2008.
Em sua quarta temporada na GP2, Razia é o segundo brasileiro a disputar uma temporada da categoria pela Arden – o primeiro foi Bruno Senna, atual piloto da Williams – e conta com a experiência de ter sido piloto de testes da Virgin em 2010 e da Caterham no ano passado.
Campeão da F3 Sul-Americana em 2006 e terceiro colocado na Euroseries no ano seguinte, o baiano de 22 anos ainda precisa apresentar resultados mais satisfatórios na GP2. Até aqui, conta no currículo com apenas uma vitória e seis pódios, além de ter sido derrotado por todos os seus companheiros de equipe em sua carreira na categoria.
Em 2009, fez oito pontos contra 21 de Andreas Zuber – embora tenha conquistado uma vitória em Monza, ao contrário do colega de equipe –, e no ano seguinte, o venezuelano Pastor Maldonado foi campeão da categoria, enquanto Razia terminou a temporada em 12º lugar. No ano passado, Davide Valsecchi o superou por 12 pontos, tendo vencido em Mônaco.
Mesmo com um retrospecto irregular, o baiano tem grandes chances de superar o fraco Simon Trummer neste ano, se tornar o líder da equipe e ir em busca de sua primeira temporada acima do “top 10”.
Sobre Trummer, pouco a se falar. Trata-se de um suíço com pouca história nas categorias de base, com um breve momento de brilho na F-Master em 2009, quando conquistou um pódio em Spa-Francorchamps. Na sequência, disputou sem brilho duas temporadas na GP3 pela Jenzer em 2010 e pela própria Arden, em 2011.
Ocean
Chefes de equipe: Tiago Monteiro e José Guedes
Fundação: 2002 (como BCN Competición)
Sede: Perafita, em Portugal
Melhor posição no campeonato de equipes: 9º (2009)
Melhor posição no campeonato de pilotos: 8º (2009, com Álvaro Parente) (*)
Posição no campeonato de 2011: 12º (4 pontos)
Pilotos: Jon Lancaster (Inglaterra) e Nigel Melker (Holanda)
(*) Em 2006, Timo Glock terminou o campeonato em quarto lugar, mas disputou apenas as cinco primeiras rodadas pela equipe, migrando para a iSport no meio do campeonato.
Chefiada pelo ex-F1 Tiago Monteiro, a tradicional Ocean (ou ORT) aposta em dois nomes surpreendentes para a temporada 2012.
O primeiro deles é o holandês Nigel Melker, vice-campeão europeu de kart em 2005 e terceiro colocado na GP3 no ano passado. É reconhecidamente um piloto talentoso, mas pode pecar pela inexperiência.
Já o inglês Jon Lancaster rodou por vários campeonatos de base. Vice-campeão da F-Renault Europeia em 2007, passou por F3 Euroseries, World Series, F2 e AutoGP e coletou três vitórias e cinco poles. Não chega a ser um nome promissor, mas está longe de fazer feio.
Marussia Carlin
Chefe de equipe: Trevor Carlin
Fundação: 1996
Sede: Farnham, na Inglaterra
Melhor posição no campeonato de equipes: 13º (2011)
Melhor posição no campeonato de equipes: 20º (2011, com Max Chilton)
Posição no campeonato de 2011: 13º (4 pontos)
Pilotos: Max Chilton (Inglaterra) e Rio Haryanto (Indonésia)
Multicampeã na F3 Inglesa e time de ponta na World Series, a Carlin ainda não conseguiu traduzir o mesmo sucesso na GP2. Para melhorar seu desempenho na categoria de acesso à F1, associou-se tecnicamente à Marussia e transformou-se em um time para formação de talentos na pista e na área de engenharia de competição.
Para 2012, o time manteve o inglês Max Chilton e contratou o indonésio Rio Haryanto. Pouco pode se esperar de Chilton, piloto de pouca expressão no kart, mas um dos filhos dos diretores da AON, seguradora que patrocina atualmente o Manchester United. Seu maior sucesso foi um quarto lugar na F3 Inglesa em 2009, coincidentemente pela Carlin.
O indonésio Haryanto, por sua vez, pode despertar desconfiança por ser de um país longínquo, mas parece ser, ao menos, um piloto mediano. Foi campeão da F-BMW do Pacífico em 2009 com 16 anos e se manteve entre os dez melhores pilotos na GP3 nos últimos dois anos. Chegou a testar um carro da Virgin no fim de 2010.
Por conta dos altos custos para ingressar na categoria, a maior parte dos times grandes aposta em nomes já consolidados na classe, mas que, por enquanto, têm pouca perspectiva de sucesso na F1. Giedo van der Garde, Davide Valsecchi e Marcus Ericsson estão entre os nomes da breve lista.
O mexicano Esteban Gutiérrez aparece como um nome à parte: teve pouco destaque em 2011, mas dado seu bom desempenho na GP3, no ano anterior, pode ser uma das surpresas do campeonato.
Com a Renault World Series absorvendo nomes promissores como Richie Stanaway e Kevin Magnussen, a categoria júnior também terá poucos estreantes da expressão. O inglês James Calado, vice-campeão da GP3, que correrá pela Lotus, e o brasileiro Felipe Nasr, atual detentor do título da F3 Inglesa, devem ser os destaques entre as novidades.
Calado, que chegou a disputar uma prova extraoficial da GP2 no fim do ano passado, deverá se destacar mais, já que Nasr, com um piloto muito mais experiente como colega de equipe na Dams, ainda tenta se aclimatar à categoria. O holandês Nigel Melker, da Ocean, também merece menção, mas em um time pouco competitivo, o que não deve lhe permitir lutar por vitórias no campeonato.
Para este ano, a pontuação do campeonato foi adaptada ao sistema da F1: o primeiro colocado da bateria de abertura receberá 25 pontos, enquanto o segundo ganhará 15 e o terceiro 12, assim por diante até o décimo colocado, como a categoria-mãe. Na segunda bateria, o sistema de pontuação premiará os oito primeiros com a seguinte configuração: 15-12-10-8-6-4-2-1. O pole position e o piloto que registrar a volta mais rápida também ganharão pontos.
Em 2012, a categoria também adotará um regulamento de pneus semelhante à F1. Um total de quatro conjuntos da Pirelli estará disponível para cada piloto da GP2 durante o fim de semana: três jogos de pneus “prime” – mais duros – e outro de “option” – mais macios. Como na F1, a Pirelli usará cores para diferenciar os compostos.
Para a bateria complementar, os pilotos terão de manter um conjunto de pneus duros – isto é, precisarão escolher entre os dois compostos remanescentes e um jogo de macios para os treinos livres, a classificação e a corrida de abertura. Um pitstop será obrigatório na bateria inicial.
CONFIRA AS EQUIPES E OS PILOTOS DA TEMPORADA DE 2012 DA GP2:
Addax
Chefe: Alejandro Agag
Fundação: 2009
Sede: Ribarroja del Turia, na Espanha
Títulos no campeonato de equipes: 1 (2011)
Melhor posição no campeonato de pilotos: 2º (2009, com Vitaly Petrov, e 2010, com Sergio Pérez)
Posição no campeonato de 2011: 1º (101 pontos)
Pilotos: Josef Král (República Tcheca) e Johnny Cecotto Jr. (Venezuela)
Financiada pelo grupo de investimentos asiático Barwa e chefiada pelo magnata espanhol Alejandro Agag, a Addax aposta em uma dupla pouco badalada – o tcheco Josef Král e o venezuelano Johnny Cecotto Jr – para manter o título de equipes na GP2 e lutar pela taça inédita no campeonato de pilotos da categoria.
Ainda em busca de sua primeira vitória na classe, Josef Král possui um currículo discreto nas categorias de base. Foi vice-campeão da F-BMW Inglesa em 2007 pela Raikkonen-Robertson e conquistou um terceiro lugar na extinta F-Master Internacional (antecessora da GP3), em 2009. Na GP2, disputou uma temporada completa pela Arden no ano passado e mostrou bom desempenho, garantindo dois pódios em Mônaco e Spa-Francorchamps.
Filho da lenda homônima do motociclismo, Johnny Cecotto Jr. tem um currículo pouco atrativo. Foi terceiro colocado na F3 Alemã, em 2008, e já tem duas temporadas de GP2, uma na Trident, em 2010, e outra na Ocean, no ano seguinte. Fez apenas três pontos marcados na categoria, mas impressionou a Agag pelo bom desempenho na segunda corrida de Spa-Francorchamps, no ano passado – quando foi oitavo colocado –, e no teste para jovens pilotos, com a Force India, também em 2011.
Dams
Chefe de equipe: Jean-Paul Driot
Fundação: 1988
Sede: Le Mans, na França
Melhor posição no campeonato de equipes: 2º (2011)
Títulos no campeonato de pilotos: 1 (2011, com Romain Grosjean)
Posição no campeonato de 2011: 2º (89 pontos)
Pilotos: Davide Valsecchi (Itália) e Felipe Nasr (Brasil)
Tetracampeã da F3000 Internacional nos anos 90, a Dams conquistou, no ano passado, seu primeiro título de pilotos na GP2 com Romain Grosjean, agora piloto titular da Lotus na F1. O sucesso do time em 2011 se deve em grande parte à parceria com a Gravity, empresa chefiada por Éric Boullier, atual chefe da Lotus e diretor técnico da Dams desde 2003.
Na metade de 2010, Boullier foi o responsável por bancar a chegada do descrente Grosjean a Le Mans – e isso resultou em cinco vitórias e dez pódios no ano passado, além do título inédito de pilotos para a equipe. A Dams só ficou sem o título por equipe, muito por conta do fraco desempenho do norueguês Pal Varhaug.
Para este ano, conta com a experiência do italiano Davide Valsecchi, em sua quinta (!) temporada na GP2, e do estreante brasileiro Felipe Nasr, atual campeão da F3 Inglesa.
Natural de Eupilio, norte da Itália, Valsecchi conquistou o título da GP2 Asia em 2009-10, mas pouco fez além disso na categoria de base principal, acumulando três vitórias (Monza-2008, Abu Dhabi-2010 e Mônaco-2011) e sete pódios no currículo. Em 2012, o piloto de 25 anos conta com uma nova oportunidade na GP2 e praticamente sua última chance de demonstrar velocidade suficiente para correr na F1.
O brasiliense Felipe Nasr, por sua vez, se encontra em uma situação oposta. Após vencer a F-BMW Europeia e a tradicional F3 Inglesa, Nasr migrou para a GP2 com o objetivo de fazer uma temporada de aprendizado e ficar o mais próximo possível da F1. Até mesmo do ponto de vista técnico, com o novo regulamento da categoria incluindo pneus com configurações semelhantes ao da categoria-mãe.
Em seu primeiro ano, Nasr conta, além do talento, com uma gama imprescindível de patrocínios fortes para permanecer na GP2 por longo tempo e fazer carreira na categoria. Aos 19 anos, o brasiliense já é, por conta disso, uma das maiores promessas do automobilismo brasileiro.
Racing Engineering
Chefe de equipe: Duque de Galliera
Fundação: 1999
Sede: Sanlúcar, na Espanha
Títulos no campeonato de pilotos: 1 (2008, com Giorgio Pantano)
Melhor posição no campeonato de equipes: 3º (2011)
Posição no campeonato de 2011: 3º (73 pontos)
Pilotos: Fabio Leimer (Suíça) e Nathanael Berthon (França)
Embora tenha terminado o campeonato de equipes na terceira colocação, a Racing Engineering fez uma temporada discreta em 2011. Dani Clos, após lutar pelo título no ano anterior, foi apenas o nono colocado, enquanto o alemão Christian Vietoris, mesmo com duas vitórias, em Spa e Monza, nunca teve o equipamento suficiente para ambicionar voos maiores durante o ano, fechando o campeonato em sétimo lugar.
Para 2012, o time chefiado por Alfonso de Orléans e Bourbon, o duque de Galliera, terá o inconstante suíço Fabio Leimer e o novato francês Nathanael Berthon.
Mais conhecido como o piloto cuja carreira custou US$ 16 milhões, Leimer começou na F-Master Internacional, onde foi vice-campeão em 2008 e ganhou o título no ano seguinte, pela Jenzer. Chegou à GP2 em 2010 e deu grandes demonstrações de bom senso de administração em corridas – ambas as vitórias em Barcelona –, assim como se envolveu em graves acidentes em Spa-Francorchamps e Istambul.
Natural de Romagnat, na Ocitânia, centro da França, Nathanael Berthon fez uma boa temporada em 2010 pela Draco na Renault World Series. No entanto, no ano seguinte, curiosamente, caiu de rendimento após migrar para uma equipe melhor, a ISR. Aos 22 anos, Berthon disputou quatro provas da GP2 Asia em 2011 também pela Racing Engineering, mas teve um desempenho fraco.
iSport
Chefe de equipe: Paul Jackson
Fundação: 2004
Sede: Norwich, na Inglaterra
Títulos no campeonato de equipes: 1 (2007)
Títulos no campeonato de pilotos: 1 (2007, com Timo Glock)
Posição no campeonato de 2011: 4º (70 pontos)
Pilotos: Marcus Ericsson (Suécia) e Jolyon Palmer (Inglaterra)
Descendente da equipe Petrobras Junior, que levou Max Wilson, Jaime Melo Jr, Bruno Junqueira e Ricardo Sperafico, entre outros, à F3000, a iSport mostrou um desempenho discreto em 2011 ainda com uma dupla forte, formada pelo inglês Sam Bird e pelo sueco Marcus Ericsson.
Juntos, Bird e Ericsson marcaram cinco pódios, um número considerado baixo para a expectativa sobre os pilotos e a própria equipe, que no final dos anos 2000, se acostumou a lutar pelo título da categoria. Neste ano, Bird se mandou para a World Series, onde correrá pela ISR, e Ericsson foi mantido no time.
Campeão das 500 Milhas de Indianápolis, Kenny Brack disse, em 2006, que o estilo de Ericsson era semelhante ao de Alain Prost, tetracampeão mundial. Ao contrário do francês, no entanto, o piloto de 21 anos, apesar de ser muito veloz, ficou marcado pela irregularidade nos últimos anos.
Após conquistar bons resultados na base e títulos na F-BMW Inglesa e na F3 Japonesa, Ericsson ainda não traduziu o potencial mostrado nestas categorias na GP2. Deu mostras esporádicas em 2010, quando ganhou uma prova pela Super Nova, e no ano passado, ao registrar dois pódios em Barcelona e Silverstone. Tocou-se, porém, com o próprio companheiro de equipe Sam Bird no treino para a etapa de Mônaco e irritou profundamente o chefe do time, Paul Jackson, que, apesar disso, resolveu apostar em seu talento novamente em 2012.
Jolyon Palmer foi vice-campeão da F2 em 2010, mas não impressionou ao migrar para GP2 no ano passado. Fez 18 provas pela Arden e não marcou nenhum ponto, com dois nonos lugares em Barcelona e Valência como seus melhores resultados.
Lotus GP
Chefes de equipe: Frédéric Vasseur e Nicolas Todt
Fundação: 1991 (como ASM)
Sede: Villeneuve-la-Guyard, na França
Títulos no campeonato de equipes: 3 (2005, 2006 e 2009)
Títulos no campeonato de pilotos: 3 (2005, com Nico Rosberg; 2006, com Lewis Hamilton; e 2009, com Nico Hulkenberg)
Posição no campeonato de 2011: 5º (68 pontos)
Pilotos: Esteban Gutiérrez (México) e James Calado (Inglaterra)
A Lotus GP parece um time novo, mas nada mais é do que a ART, a equipe com maior número de títulos na GP2. Desde o ano passado, a montadora inglesa patrocina o time de Nicolas Todt – filho do ex-dirigente da Ferrari e atual presidente da FIA, Jean Todt – e fornece engenheiros da equipe da F1 para o mesmo.
Neste ano, a equipe tenta se recuperar de um campeonato decepcionante em 2011, em que parecia contar com dois dos melhores pilotos do grid – o francês Jules Bianchi e o promissor mexicano Esteban Gutiérrez – e fechou a temporada apenas na quinta colocação – uma das piores de sua história. Todt manteve Gutiérrez e contratou o rápido James Calado, atual vice-campeão da GP3.
Na contramão dos atuais pilotos no grid da GP2, Esteban Gutiérrez possui um ótimo currículo nas categorias de base. Campeão da F-BMW Europeia em 2008 e da GP3 em 2010, o mexicano de Monterrey pintava como um dos principais candidatos para lutar pelo título em 2011, mas errou muito em sua primeira temporada, terminando com uma vitória e apenas dois pódios. Também piloto de testes da Sauber, Gutiérrez ganha mais uma chance de mostrar serviço para os chefes na F1.
Natural de Cropthorne, em Worcestershire, oeste da Inglaterra, James Calado venceu campeonatos nacionais e europeus de kart, onde pôde se orgulhar de ter batido nomes como Sébastien Buemi, Jaime Alguersuari, Jean-Éric Vergne e Jules Bianchi.
Ao contrário dos rivais, no entanto, Calado demorou a migrar para os monopostos. Estreou em 2008 e obteve de cara dois títulos nas séries de inverno da F-Renault Inglesa e Portuguesa. No ano seguinte, consolidou-se como piloto de ponta na F-Renault Inglesa e foi vice-campeão, saindo em 2010 para a F3 Inglesa, onde também conquistou o vice em seu primeiro ano.
Na temporada passada, Calado perdeu o título da GP3 por sete pontos para o finlandês Valtteri Bottas, mas mostrou ser um piloto confiável ao registrar uma vitória e seis pódios, quatro deles consecutivos. No fim do ano, ainda estreou na GP2 e venceu uma das provas da etapa extraoficial da GP2 em Abu Dhabi. É um dos candidatos a surpreender na temporada 2012 da categoria, caso a Lotus o ofereça um carro competitivo.
Caterham
Chefe de equipe: Riad Asmat
Fundação: 2011 (como AirAsia)
Sede: Hingham, na Inglaterra
Melhor posição no campeonato de equipes: 6º (2011) (*)
Melhor posição no campeonato de pilotos: 7º (2011, com Davide Valsecchi) (*)
Posição no campeonato de 2011: 6º (49 pontos) (*)
Pilotos: Giedo van der Garde (Holanda) e Rodolfo González (Venezuela)
(*) Com o nome de Caterham AirAsia
Ao contratar Davide Valsecchi e Luiz Razia no ano passado, a Caterham (ex-AirAsia), reduto do malaio Tony Fernandes na GP2, adotou uma política conservadora em sua primeira temporada, apostando em pilotos experientes da categoria.
Em 2012, o time manteve a mesma tática. Acertou com os “veteranos” Giedo van der Garde e Rodolfo González, que além de experiência, levam um bom dinheiro à equipe.
Holandês de Rhenen, na província de Utrecht, Giedo van der Garde é bastante experiente e conta com um título importante na carreira, o da World Series, obtido em 2008. Migrou em 2009 para a GP2 e só correu por times grandes, especialmente a Addax, mas conseguiu resultados pouco expressivos.
Atual piloto de testes da Caterham na F1, Van der Garde tenta mostrar à categoria-mãe que pode assumir um cockpit em 2013. Pelo ponto de vista competitivo, já que financeiramente, o holandês conta com dinheiro de sobra: é genro de Marcel Boekhoorn, um dos homens mais ricos dos Países Baixos e investidor em uma série de empresas locais, como o jornal “De Telegraaf”, a montadora Spyker (a mesma que teve um time de F1) e o clube de futebol NEC Nijmegen.
Contemporâneo de Pastor Maldonado, Rodolfo González não tem o talento do antecessor, mas conta com o polpudo apoio governamental da Venezuela (leia-se PDVSA). Assim, com pouco destaque nas pistas, pode se manter até o fim da temporada graças à segurança financeira. Seu currículo antes da GP2 é pouco atrativo, com um quinto lugar na extinta F3000 Euroseries (atual Auto GP) como o momento de maior glória. Na categoria chefiada por Bruno Michel, correu sem brilho por Arden e Trident.
Coloni
Chefe de equipe: Paolo Coloni
Fundação: 1981
Sede: Perugia, na Itália
Melhor posição no campeonato de equipes:7º (2011)
Posição no campeonato de 2011: 7º (46 pontos)
Pilotos: Stefano Coletti (Mônaco) e Fabio Onidi (Itália)
A tradicional Coloni, que entre 1987 e 1991 teve um time de F1, viveu um bom momento no ano passado graças ao ótimo desempenho de Luca Filippi, que conquistou três vitórias e quatro pódios para o time na segunda metade da temporada.
Com a partida de Filippi para a Indy, onde correrá pela Rahal Letterman, a equipe aposta no monegasco Stefano Coletti e no italiano Fabio Onidi.
Uma das boas surpresas da categoria em 2011, Coletti teve pouco destaque nas categorias de base anteriores. Conquistou um sexto lugar pela Comtec na World Series em 2010 e migrou no ano seguinte para a GP2 Ásia, onde chamou a atenção ao fechar a minitemporada em quarto lugar.
Acertou com a fraca Trident e se destacou, garantindo duas vitórias e um 11º lugar no campeonato. Resta saber se continuará na mesma curva de aprendizado em 2012, por uma equipe maior.
Fabio Onidi foi campeão italiano de kart em 2003 e fez carreira na Euroseries 3000, sendo vice-campeão em 2008 e terceiro colocado no ano seguinte pela Coloni. Permaneceu na categoria, agora como Auto GP, em 2010 e 2011, mas não mostrou o mesmo brilho de antes. Na Coloni, terá a maior oportunidade da sua carreira até então para se destacar no cenário europeu.
Trident
Chefe de equipe: Maurizio Salvadori
Fundação: 2006
Sede: San Pietro Mosezzo, na Itália
Melhor posição no campeonato de equipes: 8º (2011)
Melhor posição no campeonato de pilotos:
Posição no campeonato de 2011: 8º (22 pontos)
Pilotos: Julián Leal (Colômbia) e Stéphane Richelmi (Mônaco)
Como a conterrânea Coloni, os melhores momentos da Trident em 2011 podem ser atribuídos ao desempenho de um único piloto: Stefano Coletti, que surpreendeu a todos com vitórias em Istambul e Budapeste.
Com a saída do monegasco para a Coloni, o time perdeu o potencial técnico para a temporada 2012 e terá de se virar com dois nomes duvidosos: Stéphane Richelmi, vice-campeão da F3 Italiana em 2010, e Julián Leal, campeão da F3000 Italiana em 2008, pela Durango.
Richelmi substituiu o conterrâneo Coletti na prova extraoficial da GP2 em Abu Dhabi, no fim do ano passado, e agradou à Trident. No entanto, antes disso, pouco fez nas categorias de base. Vice da F3 Italiana para César Ramos há dois anos, migrou em 2011 para a World Series e obteve um sétimo lugar em Monza como seu melhor resultado.
O ítalo-colombiano Julián Leal se destacou negativamente na temporada passada ao empurrar Davide Rigon para a reta dos boxes em Istambul e provocar um acidente desastroso, que quase acabou com a carreira do atual piloto de testes da Ferrari. Terminou o campeonato sem marcar pontos, com um nono lugar em Nurburgring como melhor resultado.
Lazarus
Chefe de equipe: Tancredi Piagiaro
Fundação: 2009
Sede: Pádua, na Itália
Melhor posição no campeonato de equipes: não tem
Melhor posição no campeonato de pilotos: não tem
Posição no campeonato de 2011: não disputou
Pilotos: Fabrizio Crestani (Itália) e Giancarlo Serenelli (Venezuela)
Fundada em 2009 por Tancredi Piagiaro, ex-chefe da Piquet Sports, a Lazarus substitui neste ano a Super Nova, tradicional equipe “de base” que foi obrigada a deixar a GP2 por conta de um alto número de dívidas que contraiu no ano passado.
Com dinheiro venezuelano, a Lazarus se estabeleceu na Auto GP e fez sua melhor temporada em 2011, com os italianos Fabio Onidi e Fabrizio Crestani. Na ocasião, o time terminou empatado na segunda colocação com a Campos na classificação após conquistar uma vitória – com Onidi –, sete pódios e 190 pontos.
Onidi partiu para a Coloni e a Lazarus terá de se virar com Crestani, um piloto irregular que pouco fez nas categorias de base. Seu melhor momento foi no ano passado, quando terminou a temporada da Auto GP em sexto lugar, com quatro pódios.
O outro dono da vaga é o obscuro venezuelano Giancarlo Serenelli, tricampeão e recordista de vitórias na fraca Latam Challenge. Antecessora da F-Renault Pan-Americana, a categoria, que baseia a maior parte de suas corridas no México, usa monopostos F-Vee de motor Volkswagen.
Rapax
Chefes de equipe: Gianfranco Sovernigo e Andrea Bergamini
Fundação: 1997 (como GPR)
Sede: Veggiano, na Itália
Títulos no campeonato de equipes: 1 (2010)
Títulos no campeonato de pilotos: 1 (2010, com Pastor Maldonado)
Posição no campeonato de 2011: 10º (15 pontos)
Pilotos: Ricardo Teixeira (Angola) e Tom Dillmann (França)
Fundada dos espólios da GPR e da Piquet Sports, a Rapax vai para sua terceira temporada na GP2 com a dupla mais fraca de sua curta história: o angolano Ricardo Teixeira e o francês Tom Dillmann.
Angolano, mas nascido em Lisboa (Portugal), Teixeira teve seu melhor momento a bordo de monopostos no distante ano de 2006, quando fechou a temporada da F3 Inglesa com um sétimo lugar. Estreou na GP2 em 2009 pela Trident, mas não marcou pontos e foi dispensado, buscando refúgio na F2 no ano seguinte.Em 2011, foi piloto de testes da Lotus na F1 (atual Caterham).
Nascido em Mulhouse, na fronteira da França com a Alemanha, Tom Dillmann possui um currículo mais promissor. Fez carreira na F3 Euroseries no fim dos anos 2000, mas foi ofuscado por talentos como Romain Grosjean, Nico Hulkenberg e Jules Bianchi, indo parar em 2010 na F3 Alemã.
Em sua nova jornada, Dillmann disputou o campeonato com o local Daniel Abt e o venceu por oito pontos, conquistando seu primeiro título na carreira. No mesmo ano, deve-se ressaltar que o francês também derrotou nomes promissores como Kevin Magnussen, atual vice-campeão da F3 Inglesa, e Felix Rosenqvist, vencedor do Masters de F3 no ano passado.
Dillmann migrou para a GP3 em 2011, mas seus resultados não foram expressivos, apesar de correr por um time grande como a Addax. Terminou a temporada em 14º lugar, com um pódio e 15 pontos. Em 2012, terá nova chance de se reabilitar.
Arden
Chefes de equipe: Christian e Garry Horner
Fundação: 1997
Sede: Banbury, na Inglaterra
Melhor posição no campeonato de equipes: 2º (2005)
Melhor posição no campeonato de pilotos: 2º (2005, com Heikki Kovalainen)
Posição no campeonato de 2011: 11º (15 pontos)
Pilotos: Luiz Razia (Brasil) e Simon Trummer (Suíça)
De equipe dominante no início dos anos 2000 na F3000 à mera coadjuvante no fundo do grid. É a realidade da Arden, equipe liderada por Christian Horner, que pouco fez desde sua primeira temporada na GP2, quando terminou o campeonato em segundo lugar com Heikki Kovalainen ao volante.
Em 2012, o time inglês aposta no experiente Luiz Razia, ex-FMS (atual Coloni) e Air Asia, e no suíço Simon Trummer, vice-campeão da F-Renault Suíça em 2008.
Em sua quarta temporada na GP2, Razia é o segundo brasileiro a disputar uma temporada da categoria pela Arden – o primeiro foi Bruno Senna, atual piloto da Williams – e conta com a experiência de ter sido piloto de testes da Virgin em 2010 e da Caterham no ano passado.
Campeão da F3 Sul-Americana em 2006 e terceiro colocado na Euroseries no ano seguinte, o baiano de 22 anos ainda precisa apresentar resultados mais satisfatórios na GP2. Até aqui, conta no currículo com apenas uma vitória e seis pódios, além de ter sido derrotado por todos os seus companheiros de equipe em sua carreira na categoria.
Em 2009, fez oito pontos contra 21 de Andreas Zuber – embora tenha conquistado uma vitória em Monza, ao contrário do colega de equipe –, e no ano seguinte, o venezuelano Pastor Maldonado foi campeão da categoria, enquanto Razia terminou a temporada em 12º lugar. No ano passado, Davide Valsecchi o superou por 12 pontos, tendo vencido em Mônaco.
Mesmo com um retrospecto irregular, o baiano tem grandes chances de superar o fraco Simon Trummer neste ano, se tornar o líder da equipe e ir em busca de sua primeira temporada acima do “top 10”.
Sobre Trummer, pouco a se falar. Trata-se de um suíço com pouca história nas categorias de base, com um breve momento de brilho na F-Master em 2009, quando conquistou um pódio em Spa-Francorchamps. Na sequência, disputou sem brilho duas temporadas na GP3 pela Jenzer em 2010 e pela própria Arden, em 2011.
Ocean
Chefes de equipe: Tiago Monteiro e José Guedes
Fundação: 2002 (como BCN Competición)
Sede: Perafita, em Portugal
Melhor posição no campeonato de equipes: 9º (2009)
Melhor posição no campeonato de pilotos: 8º (2009, com Álvaro Parente) (*)
Posição no campeonato de 2011: 12º (4 pontos)
Pilotos: Jon Lancaster (Inglaterra) e Nigel Melker (Holanda)
(*) Em 2006, Timo Glock terminou o campeonato em quarto lugar, mas disputou apenas as cinco primeiras rodadas pela equipe, migrando para a iSport no meio do campeonato.
Chefiada pelo ex-F1 Tiago Monteiro, a tradicional Ocean (ou ORT) aposta em dois nomes surpreendentes para a temporada 2012.
O primeiro deles é o holandês Nigel Melker, vice-campeão europeu de kart em 2005 e terceiro colocado na GP3 no ano passado. É reconhecidamente um piloto talentoso, mas pode pecar pela inexperiência.
Já o inglês Jon Lancaster rodou por vários campeonatos de base. Vice-campeão da F-Renault Europeia em 2007, passou por F3 Euroseries, World Series, F2 e AutoGP e coletou três vitórias e cinco poles. Não chega a ser um nome promissor, mas está longe de fazer feio.
Marussia Carlin
Chefe de equipe: Trevor Carlin
Fundação: 1996
Sede: Farnham, na Inglaterra
Melhor posição no campeonato de equipes: 13º (2011)
Melhor posição no campeonato de equipes: 20º (2011, com Max Chilton)
Posição no campeonato de 2011: 13º (4 pontos)
Pilotos: Max Chilton (Inglaterra) e Rio Haryanto (Indonésia)
Multicampeã na F3 Inglesa e time de ponta na World Series, a Carlin ainda não conseguiu traduzir o mesmo sucesso na GP2. Para melhorar seu desempenho na categoria de acesso à F1, associou-se tecnicamente à Marussia e transformou-se em um time para formação de talentos na pista e na área de engenharia de competição.
Para 2012, o time manteve o inglês Max Chilton e contratou o indonésio Rio Haryanto. Pouco pode se esperar de Chilton, piloto de pouca expressão no kart, mas um dos filhos dos diretores da AON, seguradora que patrocina atualmente o Manchester United. Seu maior sucesso foi um quarto lugar na F3 Inglesa em 2009, coincidentemente pela Carlin.
O indonésio Haryanto, por sua vez, pode despertar desconfiança por ser de um país longínquo, mas parece ser, ao menos, um piloto mediano. Foi campeão da F-BMW do Pacífico em 2009 com 16 anos e se manteve entre os dez melhores pilotos na GP3 nos últimos dois anos. Chegou a testar um carro da Virgin no fim de 2010.
Fonte: tazio
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br
Comente está postagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário