Volkswagen Fox Highline propõe conjunto mais requintado ao conhecido hatch – mas cobra caro por isso
por Igor Macário
Auto Press
Auto Press
O Volkswagen Fox é daqueles carros que
precisam atender à uma gama extensa de compradores. Ao dispôr de mais
espaço interno que o Gol, graças ao teto elevado, o hatch “altinho” se
encaixa num outro nicho, mas que ainda exige desde versões “peladas”,
com motor 1.0, até variantes mais bem fornidas. Justamente para
preencher essa demanda por mais requinte, a marca joga com o Fox
Highline, que permite adicionar mais conteúdo ao modelo – mesmo que boa
parte dele permaneça na lista de opcionais. Com preço inicial de R$
46.730, ele tenta acrescentar alguma sofisticação ao conhecido conjunto e
concorrer com outros compactos “high roof” mais equipados, como o
Chevrolet Agile – oferecido numa única versão “top”, a LTZ – e o Renault
Sandero Privilège. O Fox fechou 2013 como o oitavo carro mais vendido
do país, ao emplacar cerca de 9.500 unidades mensais. E à frente dos
dois principais rivais.
Por fora, pouca coisa identifica que
se trata do Fox mais caro. Apenas emblemas com a inscrição “Highline”
nas portas e cromados nas barras laterais e ponteira do escapamento o
diferenciam do restante da gama. Ademais, o modelinho mantém as formas
conservadoras, já vistas desde 2011. O Fox foi o primeiro carro nacional
da Volkswagen a ostentar as linhas mais retas, com arestas mais
pronunciadas e a típica sobriedade alemã que depois se espalhou pelos
demais modelos. Os dois volumes da carroceria são bem definidos e o
conjunto é harmônico. A traseira curta ainda tem lanternas que simulam
luzes de led, num arranjo até interessante.
O Fox Highline é animado pelo mesmo
1.6 litro que equipa a versão Trend e ainda o CrossFox – além de estar
disponível em Gol, Polo, Saveiro, Voyage e na station SpaceFox. Ele
rende 104 cv a 5.250 rpm e 15,6 kgfm de torque a 2.500 rotações, quando
abastecido com etanol. O conjunto é acoplado a um câmbio manual ou
automatizado, ambos de cinco marchas – a opção pelo I-Motion, que
dispensa o pedal da embreagem, encarece o carro em R$ 2.880. Esse motor é
suficiente para empurrar o Fox de zero a 100 km/h em 10,5 segundos e
seguir até a máxima de 184 km/h. Marcas bastante condizentes com a
proposta do modelo.
O interior é mais um ponto onde o
Highline pouco se destaca em relação ao restante da linha. Ele até é bem
equipado de série, com itens básicos como ar-condicionado, trio
elétrico e direção hidráulica – além de airbags frontais e freios ABS de
série –, mas não passa muito disso. O hatch ainda tem três encostos de
cabeça no banco traseiro, uma raridade no segmento, e sensores de
estacionamento são de fábrica. No entanto, as exclusividades da versão
ficam na lista de opcionais. Apenas a variante “top” pode ser dotada de
equipamentos interessantes como teto solar elétrico, bancos em couro e
sensores de luz e chuva. Mas um Fox com isso tudo custa bem caro – com
todos os opcionais, a etiqueta de preço salta para R$ 54.553. O valor é
bastante elevado e fica bem acima dos concorrentes, mesmo que eles sejam
menos equipados que um Fox “com tudo em cima”. A Chevrolet pede R$
45.090 pelo Agile LTZ, enquanto um Renault Sandero Privilège, com
direito ao navegador GPS com tela sensível ao toque, sai por R$ 44.030. A
diferença é considerável e cada concorrente se vale, principalmente,
dos emblemas estampados na grade de cada um.
Ponto a ponto
Desempenho – O 1.6
não se esforça muito para movimentar o Fox. Os 15,6 kgfm de torque
aparecem logo a 2.500 rpm e dão agilidade ao carrinho, que mostra
desenvoltura em trechos urbanos e notável compostura em ritmos de
estrada. O câmbio manual ajuda bastante com engates precisos e marchas
bem escalonadas. O propulsor ainda rende 104 cv quando abastecido com
etanol. Nota 7.
Estabilidade – O Fox é
um carro relativamente estável, graças à suspensão firme e os pneus de
medida 195/55 montados em rodas de 15 polegadas. No entanto, vale
respeitar a vocação urbana e a altura da carroceria, que balança em
mudanças de direção bruscas. Ao menos, a direção tem relação mais direta
com as rodas e peso correto em velocidades altas, que evita
inseguranças na estrada. Nota 7.
Interatividade – O
interior do hatch é simples e bem pensado. Os instrumentos tem ótima
visualização, com informações claras e bem dispostas. Na linha 2014, o
Fox até ganhou um novo aparelho de som, que manteve os botões grandes e
fáceis de usar. Os botões do volante demandam um certo tempo para se
assimilar todas as funções, mas se mostram úteis no dia-a-dia. Comandos
vitais como vidros e ar-condicionado são bem localizados e praticamente à
prova de erros. Nota 8.
Consumo – O InMetro
não testou nenhuma unidade do Volkswagen Fox. No entanto, o computador
de bordo da unidade avaliada acusou 9,1 km/l em ciclo urbano e 12,3 km/l
em uso rodoviário, com gasolina no tanque. Nota 7.
Conforto – O bom
espaço interno do modelo é um dos pontos altos. Quatro adultos conseguem
se acomodar no interior sem apertos. Apenas um terceiro ocupante atrás
pode sofrer com aperto graças à largura comedida da carroceria – mas,
pelo menos, conta com um apoio de cabeça. O isolamento acústico é
eficiente em velocidades de cruzeiro na casa dos 110 km/h e condiz com a
proposta do carro. Os bancos até são confortáveis, com espuma firme,
mas são pouco envolventes e deixam o corpo escorregar nas curvas mais
fechadas. Já a suspensão filtra bem as irregularidades do asfalto. Nota 7.
Tecnologia – O Fox
fez dez anos de mercado sem grandes alterações. A plataforma é oriunda
do Polo de 2001 e os motores também já têm vários anos de estrada –
apenas a versão Bluemotion aposta num moderno 1.0 de três cilindros.
Dentro, ele pode ter itens como sensores crepuscular, de chuva e
estacionamento, além de um computador de bordo bem completo. O sistema
de som, apesar da interface um tanto antiga, aceita pen-drives e se
conecta com telefones via Bluetooth. Nota 7.
Habitalidade – A
cabine tem uma profusão de porta-objetos que facilitam o dia-a-dia. Nas
portas, um vão dedicado consegue levar garrafas de até 1,5 litro – ainda
que os porta-mapas sejam pequenos. Há também uma gaveta sob o banco do
motorista, boa para esconder itens mais valiosos. O porta-malas leva
relativamente poucos 260 litros, mas pode ser expandido graças ao
sistema de deslizamento do banco traseiro, de série no Fox Highline. Nota 8.
Acabamento – O
interior do modelo é simples e correto. Há plástico rígido abundante,
mas ao menos os encaixes e arremates são bons. Os tecidos são de boa
qualidade – e ligeiramente superior na versão mais cara –, mas não
escondem a intenção simplista do carro e destoam dos quase R$ 50 mil
pedidos pelo modelo básico. Nota 6.
Design – O visual é
sóbrio e bastante discreto. O hatch tem proporções corretas, com a
frente curta e o vidro dianteiro bem inclinado. Mas o conjunto apenas
não destoa e dificilmente o Fox ganharia algum concurso de beleza. A
reestilização promovida ainda em 2011 deu a “cara” dos Volkswagen
europeus – ele foi o primeiro brasileiro a ostentar tais linhas –, mas a
idade já começa a pesar. Nota 6.
Custo/benefício – Os
R$ 46.730 que a Volkswagen pede pelo Fox Highline são difíceis de serem
justificados. Com itens como som com comandos no volante, rodas de
liga-leve e faróis automáticos, a conta se eleva para R$ 51.250,
impensáveis para um carro do porte do hatch. A versão serve apenas para
quem fizer questão de um Fox equipado com teto solar elétrico e bancos
de couro – disponíveis apenas para ele e que fazem o preço subir ainda
mais, para quase R$ 55 mil. De resto, ele é idêntico a qualquer outra
versão mais barata, com o mesmo conjunto mecânico. Ele ainda é
relativamente mais caro que o Chevrolet Agile LTZ e o Renault Sandero
Privilège – que, equipado com um rádio com tela sensível ao toque e GPS,
ainda custa menos que o Volkswagen. Nota 6.
Total – O Volkswagen Fox Highline 1.6 somou 69 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Olhar superior
O Fox é um carro agradável de dirigir.
Mesmo na posição mais baixa do banco, o posto de comando é elevado e um
dos destaques do hatch – ainda que o assento curto seja cansativo em
viagens mais longas. Ele também entrega comandos leves e fáceis de usar
ao motorista. O único senão vai para o vidro traseiro, algo pequeno.
Ademais, botões de vidros e do som estão sempre à mão. O câmbio tem
engates leves, curtos e precisos, com pequena movimentação da alavanca.
Dinamicamente, o hatch altinho até
surpreende pela compostura ao rodar e pelas respostas convincentes do
1.6. Há boa dose de força disponível em baixas rotações, o que facilita
bastante a condução na cidade. A entrega do torque é bastante linear e o
motor gira suave até o regime de potência máxima, a 5.250 rpm. No
entanto, dificilmente é necessário esticar a tanto, graças à boa
distribuição de força. A transmissão manual de cinco marchas tem
escalonamento correto e consegue aproveitar bem os 104 cv produzidos.
Por dentro, o revestimento dos bancos –
de melhor qualidade na versão topo Highline – até ajuda a criar um
ambiente ligeiramente mais refinado na cabine. No entanto, é a única
real diferença em relação aos outros Fox “comuns”. A montagem do
interior é boa, mas o Fox ainda abusa de plásticos rígidos em portas e
painel, que acaba não contribuindo para uma sensação de fato melhor a
bordo da variante “top” do hatch. Nada faz barulho ou denota pobreza
extrema, mas o que é oferecido ainda é pouco para justificar
racionalmente a opção pelo modelo mais caro.
Ficha técnica
Volkswagen Fox Highline 1.6
Motor: Bicombustível,
1.598 cm³, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha e duas
válvulas por cilindro. Injeção multiponto sequencial e acelerador
eletrônico.
Potência: 101 cv e 104 cv a 5.250 rpm com gasolina e etanol.
Torque: 15,4 kgfm e 15,6 kgfm a 2.500 rpm com gasolina e etanol.
Diâmetro e curso: 76,5 X 86,9 mm. Taxa de compressão: 12,1:1.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,8 e 10,5 segundos com gasolina e etanol.
Velocidade máxima: 183 e 184 km/h com gasolina e etanol.
Peso: 1.059 kg.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora. Traseira por barra de torção e amortecedores hidráulicos.
Carroceria: Hatch em monobloco com
quatro portas e cinco lugares. Com 3,82 metros de comprimento, 1,64 m de
largura, 1,54 m de altura e 2,47 m de distância entre-eixos.
Pneus: 195/55 R15.
Porta-malas: 260 litros.
Tanque de combustível: 50 litros.
Produção: São José dos Pinhais, Paraná.
Lançamento no Brasil: 2003. Face-lift: 2011
Itens de série: Ar-condicionado
direção hidráulica, vidros, travas e retrovisores elétricos, ajuste de
altura do volante, banco do motorista com ajuste de altura, computador
de bordo, banco traseiro deslizante, direção hidráulica, faróis e
lanterna de neblina, sensor de estacionamento traseiro, freios ABS,
airbags frontais. Opcionais: Rodas de liga-leve, teto solar elétrico,
bancos em couro, rádio CD/MP3/USB/Bluetooth com comandos no volante,
computador de bordo, sensores de luz e de chuva, retrovisor interno
fotocrômico e banco traseiro bipartido.
Preço básico: R$ 46.730.
Preço completo: R$ 54.553.
Participe! Deixe aqui seu comentário. Muito Obrigado! Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe e comente nossas postagens.
Faça sugestões de matérias que gostaria de ver publicadas no Novo Blog do Largartixa .
Solicitação de parceria serão aceitas apenas por email:blogdolargartixa@hotmail.com. Deixe seu email para resposta que, responderemos o mais breve possível.