Quando se trata de design automotivo, é fácil fazer algo “retrô”. Pegue um carro velho, faça-o parecer um pouco mais novo e veja a galera da nostalgia cair em cima. Difícil mesmo é fazer algo “atemporal”. E o primeiro Audi TT é atemporal.
Ele era incrível quando foi lançado no fim dos anos 90, e continua incrível hoje. Se fosse lançado em 2013, provavelmente seria maior e teria mais airbags, mas ainda seria atemporal, e continuará sendo daqui a décadas.
Um pouco de história: a Audi lançou uma bomba no mundo dos carros no Salão de Frankfurt de 1995 com o TT Design Study, estilizado por uma equipe dos sonhos, que incluía J Mays, Peter Schreyer e Freeman Thomas. O mesmo grupo também foi responsável pelo Volkswagen New Beetle que, qualquer que seja sua opinião a respeito do carro, foi um inquestionável triunfo em termos de design. Como é raro acontecer, o TT de produção ficou bem próximo do conceito.
A equipe da Audi tomou inspiração da Bauhaus, uma escola de design alemã do início do século 20 que priorizava o visual simplista, geométrico e industrial. A linguagem de design foi um sucesso com o TT e acabou sendo transportada para muitos outros modelos da Audi na época.
A origem do nome pode ser tanto a famosa Tourist Trophy, a corrida de motos onde a NSU, antecessora da Audi, costumava competir, ou “Technology and Tradition”, dependendo de quem responde. Eu gosto mais da primeira versão, por mais que o TT não seja uma moto.
O TT de produção foi apresentado em 1998. Por mais inovador que fosse o lado de fora, suas entranhas eram mais humildes: ele usava a mesma plataforma do VW Golf e do Audi A3 da época. A potência vinha de um 1.8 turbo de 180 cv ou 225 cv. A tração podia ser dianteira ou integral Quattro, e no ano seguinte foi lançada uma versão roadster.
O visual atraente ia até o interior, que era um dos mais interessantes dos anos 90. Na época a revista Automobile elogiou a combinação de couro, alumínio e aço inox do TT, dizendo que “nenhum outro carro no mundo tem um interior como o do TT”.
Mas a plataforma de hatchback acabou cobrando seu preço no desempenho. Em 2001 a Car and Driver americana deu destaque ao conforto, mas não gostou do câmbio, do tempo de 0 a 100 km/h, dos ruídos e da tendência ao subesterço.
O TT também passou sufoco com a concorrência entre os esportivos, como o BMW Z3, o Porsche Boxster e o Nissan 350Z. Ele era mais bonito que todos estes carros, mas não se saía bem quando o assunto era velocidade.
Apesar disso, ele é um carro bem divertido de dirigir, e tem apetite por curvas.
A Audi conseguiu dar um fôlego extra ao TT perto do fim da primeira geração, colocando um VR6 de 3,2 litros e 250 cv debaixo do capô, um sonoro motor que consegue melhorar qualquer carro do grupo VW.
O primeiro TT foi substituído em 2006 por um carro maior que, por mais atraente e bacana por nos dar o insano Audi TTRS de cinco cilindros, simplesmente não tem o mesmo visual acertado de seu antecessor. Na verdade, para mim o carro agora parece mais datado do que o primeiro.
Como todo futuro clássico, o TT é um carro que não foi muito apreciado em sua época. Ele foi criticado pela plataforma de Golf, por não ser tão visceral quanto outros esportivos, e por ser muito “feminino”.
Mas eu não acho que as futuras gerações o verão desta maneira. Acredito que nos próximos anos ele será comprado por pessoas que darão prioridade a seu visual, como os caras que hoje dirigem um Porsche 356, um Karmann-Ghia ou um Volvo P1800. Ele não será um carro para levar para os ratos de track day, mas para os caras que apreciam estética.
Resumindo, o TT será um clássico no futuro porque ele sempre será bonito, não importa o que aconteça.
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