Este é um Lamborghini Miura S 1969, muitas vezes chamado de “o carro mais bonito já feito”. Passei duas horas com o carro antes que ele fosse mandado para Jerry Seinfeld.
Não, Jerry Seinfeld não é dono deste carro e nem anunciou que vai comprá-lo. O carro vai aparecer em um episódio de seu programa de internet Comedians in Cars Getting Coffee. Passei horas admirando cada linha deste carro longo e baixo, tudo que eu posso dizer é: sortudo desgraçado.
Então se este carro não é do Jerry Seinfeld, o que ele está fazendo no Calassic Car Club de Manhattan? O pessoal do CCC me disse que este carro veio de Ohio só para aparecer no programa de Seinfeld e só ficaria na cidade por algumas noites. Eles só estavam protegendo o carro do tempo, mas não perderam a oportunidade de fazer uma pegadinha de Primeiro de Abril bem cruel, dizendo que haviam adicionado o carro à sua frota de aluguel.
Passei duas horas sozinho com o carro na tarde de ontem e, cara, acho que nunca vi um carro tão bonito na minha vida.
Carros modernos, até mesmo os cupês esportivos mais elegantes, têm rodas grandes que ficam meio próximas umas às outas para melhorar a dirigibilidade e aumentar a aderência. Isto significa que, quando vão “vestir” o carro com metal, as curvas ficam afiadas, abruptas e até meio exageredas. Ficam bonitos nos detalhes em em fotos, mas no mundo real eles acabam meio truncados.
Isto não acontece com o Miura. As curvas não têm pressa — elas levam tempo para evoluir. A linha do para-choque dianteiro envolve os faróis e lentamente se ergue acima das rodas dianteiras, e então cai de novo, lentamente. A mesma linha segue pelas portas e se levanta só um pouquinho para cobrir as rodas traseiras. E então ela se desmancha no vento.
Não dá para compreender a beleza dos para-lamas dianteiros em uma foto. É preciso ver a luz brincando por eles. Veja só a piscina de luz que se forma na parte de trás do para-lama dianteiro esquerdo e você vai entender o que estou dizendo.
Sim, a tinta parece um líquido. Vamos ver a luz brincando sobre o capô sob outros ângulos, podemos?
O dono fez um belíssimo trabalho mantendo este carro. O interior, por exemplo, estava mais do que impecável. Não tem como o carro ter saído da fábrica com uma cabine tão bem cuidada.
Claro que não poderia faltar o câmbio manual com grelha. Borboletas atrás do volante não estavam na lista de opcionais.
Logo atrás dos encostos de cabeça fica um painel de vidro. Logo atrás deste painel de vidro fica um V12 de 3,9 litros montado na transversal que produz algo em torno de 370 cv. O mais insano de tudo é como ele pouco espaço no carro. Está tudo aqui:
E isso deixou o carro bem largo. Não são exatamente as proporções de um linguado, mas estão chegando lá.
Nesta foto dá para ver como o as rodas estão para dentro e longe da carroceria. A galera do Stancenation não curtiu isto.
Mas acho que eles iriam gostar das rodas em si.
E olha como estes pneus são suculentos. Na verdade, logo atrás dos pneus está uma das excentricidades do carro. Na próxima foto, você verá que os canos do escapamento não encontram as ponteiras.
Outro detalhe divertido é aquela entrada de ar na verdade não dá em lugar nenhum.
Aquela Ferrari 458 Italia já estava começando a ficar mundana à medida que eu rodeava o Miura.
E dá só uma olhada nas barbatanas na borda superior da porta. A maçaneta fica ali, na base da moldura.
Isto me lembra de uma falha bem conhecida do Miura: a dianteira empinava muito em alta velocidade. Por quê? Quando você abre o capô, todo o que vê é o tanque de combustível e o espaço para as pernas.
Isso tudo só te lembra que o Miura não é bem um carro. É uma nave espacial que foi feita para voar baixo.
Quando você o vislumbra por algumas horas, você percebe que que ele não se contenta em disparar sinapses no seu cérebro que dizem ‘belo carro’. Ele te faz sentir como na primeira vez que ouviu falar sobre dinossauros, ou viu um prédio sendo demolido. É simplesmente surreal.
Eu não consigo me imaginar dirigindo um. Eu morreria de alegria. Ou o lançaria de um precipício a 270 km/h e morreria em uma bola de fogo.
Não seria uma maneira ruim de morrer.
Não esqueça de clicar nas fotos para ampliá-las, e aqui para ampliar a foto de abertura!
[Fotos: Raphael Orlove]
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