Picape traz o máximo que uma cabine simples pode oferecer
por Igor Macário
Auto Press
A Volkswagen parece ter acordado.
Junto com o lançamento da aguardada Amarok com câmbio automático em
março desse ano, a marca aproveitou para reformular a linha da picape,
dando mais importância às recém-lançadas variantes com cabine simples. A
versão SE passou a ser oferecida para pessoas físicas – antes era
restrita aos frotistas – e agora ocupa o topo entre as Amarok com dois
lugares. A estratégia da Volkswagen para ganhar vendas parece estar
dando certo. Nos primeiros cinco meses de 2012, a Amarok emplacou uma
média mensal de 1.113 unidades, contra cerca de 850 em 2011. Ela ainda
está na quinta colocação no disputado mercado, atrás de Chevrolet S10,
Toyota Hilux, Ford Ranger e Nissan Frontier, mas aos poucos começa a
diminuir a distância para as concorrentes.
Atributos não faltam ao modelo. Sob o
capô funciona o eficiente 2.0 litros biturbo de 180 cv a 4 mil rpm e
excelentes 40,8 kgfm de torque disponíveis a apenas 1.500 rotações, com
câmbio automático, que ainda deve demorar para chegar às versões com
cabine simples. Por enquanto o câmbio é o mesmo manual de seis marchas
já oferecido antes.
Se não é a mais potente da categoria,
pelo menos tem o conjunto mais tecnológico, com propulsor de menor
capacidade cúbica e dois turbos, contra as configurações mais
tradicionais das rivais. A tração é sempre integral, com reduzida e
possibilidade de bloqueio eletrônico do diferencial traseiro, para
melhor capacidade off-road.
O visual da Amarok SE até engana e
disfarça um pouco da vocação. Por fora, as rodas de liga leve de 16
polegadas, pneus mais largos e para-choque dianteiro na cor da
carroceria tiram o ar básico demais das variantes mais simples – com
rodas de aço e para-choques pretos. Não chega à sofisticação dos
cromados e das rodas grandes das versões cabine dupla, mas já faz
diferença. Por dentro, a Amarok tem o básico para uma convivência mais
amigável. O problema é que, mesmo sendo a "topo", ela ainda vem pouco
provida de equipamentos. Ainda que o ar-condicionado, direção hidráulica
e o som sejam de série – além de airbags frontais e freios ABS –,
vidros e travas elétricas continuam na lista de opcionais, e elevam o
preço a R$ 94.927. Uma Amarok S 4X4, com 122 cv, equipada à altura sai
por R$ 88.927. A diferença de R$ 6 mil por 58 cv a mais e rodas e pneus
mais robustos acaba nem sendo tão grande.
O preço alto e a falta de opções com
motor flex podem ser entraves para o crescimento da Amarok no Brasil.
Ela é mais cara que as rivais com configuração semelhante. A Chevrolet
S10 LS com motor diesel e tração integral sai por R$ 82.616 e uma quase
simplória Toyota Hilux STD custa R$ 86.360. No entanto, o conjunto bem
acertado, com o motor mais forte entre as cabine simples, boas
capacidades fora-de-estrada e muita disposição para o transporte de
cargas faz da picape uma opção um pouco mais equipada, já que é a única a
oferecer airbags e alguns itens extras de conveniência.
Impressões ao dirigir
Cavalo de força
Se a versão cabine dupla está cada
vez mais próxima de um carro de passeio, na Amarok de dois lugares a
coisa é bem diferente. Apesar do painel misturar itens de outros
modelos, o volante pequeno e alguma suavidade nos comandos, o rodar é
claramente o de um veículo de trabalho. Os sacolejos são inevitáveis,
culpa do menor peso na traseira e da suspensão voltada para o transporte
de cargas. Cada imperfeição do asfalto é transmitida à cabine sem
cerimônias e faz a picape ser algo cansativo no uso diário. Ao menos,
estão lá itens básicos de conveniência, como ar-condicionado, som e
vidros elétricos.
Ao volante, a picape mantém sua
personalidade "trabalhadora". Mas mesmo com a configuração voltada para o
serviço mais pesado, a suspensão consegue segurar a picape nas curvas e
mudanças mais bruscas de direção. Quase dá para pensar que se dirige
como um carro. Ela surpreende pela boa manobrabilidade, o que torna um
pouco mais fácil a hora de encaixar os mais de 5 metros de comprimento
numa vaga mais apertada – ainda que faltem valiosos sensores de
estacionamento, que poderiam constar ao menos na versão testada, a SE,
topo entre as cabine simples.
No entanto, a simplicidade do
acabamento e o ar mais rústico reforçam a impressão que domina o
convívio com a Amarok, sua inquestionável robustez. Definitivamente, ela
deixa claro que é capaz de enfrentar qualquer desafio na estrada, ou
fora dela, com total confiança. O motor 2.0 TDI de 180 cv tem força
suficiente para empurrar a picape com desembaraço na cidade – as marchas
curtas fazem a aceleração ser surpreendente – e garante um bom
desempenho off-road, como em terrenos arenosos ou de baixa aderência. A
distribuição dos 40,8 kgfm de torque é bem plana, e a Amarok responde
com decisão aos chamados no acelerador. O motor ainda vibra pouco e é
bastante econômico, com cerca de 10 km/l em percurso misto.
Ficha Técnica
Volkswagen Amarok SE 2.0 TDI 4Motion cabine simples
Motor: A diesel, dianteiro,
longitudinal, 1.968 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por
cilindro, com duplo comando no cabeçote. Injeção direta de combustível
do tipo common rail, acelerador eletrônico e dois turbocompressores
intercooler.
Transmissão: Câmbio manual de seis
marchas à frente e uma a ré. Tração integral e bloqueio manual do
diferencial traseiro. Oferece controle eletrônico de tração como
opcional.
Potência máxima: 180 cv a 4 mil rpm.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,9 segundos.
Velocidade máxima: 179 km/h.
Torque máximo: 40,8 kgfm entre 1.750 rpm e 2 mil rpm.
Diâmetro e curso: 81,0 mm x 95,5 mm. Taxa de compressão: 16,5:1.
Suspensão: Dianteira independente do
tipo double wishbone, com braços sobrepostos, molas helicoidais e
amortecedores hidráulicos. Traseira por eixo rígido, com feixe de molas
semi-elípticas e amortecedores hidráulicos. Oferece controle eletrônico
de estabilidade como opcional.
Pneus: 245/70 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. Oferece ABS, EBD e assistente de frenagem de emergência.
Carroceria: Picape sobre longarinas
com duas portas e dois lugares. Com 5,25 metros de comprimento, 1,95 m
de largura, 1,83 m de altura e 3,09 m de entre-eixos. Oferece airbags
frontais dianteiros de série.
Peso: 1,921 kg em ordem de marcha, com 1.119 kg de carga útil.
Tanque de combustível: 80 litros.
Capacidade off-road: Ângulo de entrada de 28°, ângulo de saída de 23°, capacidade de rampa de 45°.
Produção: General Pacheco, Argentina.
Itens de série: Ar-condicionado
automático, direção hidráulica, controle eletrônico de tração, airbags
frontais, freios ABS, rádio CD/MP3/USB/Bluetooth, rodas de liga-leve de
16 polegadas. Opcionais: Vidros, travas e retrovisores elétricos, alarme
com comando à distância e travamento mecânico do diferencial traseiro.
Lançamento mundial: 2012.
Lançamento no Brasil: 2012.
Preço: R$ 94.927.
Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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