Ford reinventa a Ranger, que chega com preço e conteúdo para entrar na acirrada briga do segmento
por Igor Macário
Auto Press
As picapes médias estão mais
asiáticas do que nunca. Com os europeus ainda menos afeitos ao segmento
por conta da crise e o desinteresse dos norte-americanos por picapes
“pequenas”, as novidades começam a vir do lado oriental do Pacífico. A
Chevrolet fez isso com a S10 – lançada primeiro na Tailândia –, e agora a
Ford trouxe a nova Ranger, depois de testada pelos australianos. Agora
chamada de “global” – ainda que não seja mais vendida nos Estados Unidos
– , ela custou US$ 1,1 bilhão para ser desenvolvida e tem a missão de
vender bem nos 180 países onde será comercializada. O modelo deixou para
trás as linhas e plataforma antigas – ainda da primeira geração, de
1993 – para dar lugar a um projeto inteiramente novo. Segundo a marca,
os oito meses que separaram o lançamento mundial da Ranger nos países de
origem e no Brasil foram em função da demora na atualização da fábrica
de General Pacheco, na Argentina.
O visual foi pelas mãos dos australianos. A nova Ranger em nada lembra aquela picape “quadradona”, inspirada nas Ford F-150 dos anos 90. A linha de cintura alta, junto com a frente imponente formam um belo conjunto. O perfil ficou mais esportivo, com o parabrisa bastante inclinado, que contribui para a aerodinâmica. No para-lama, uma falsa saída de ar esconde o acesso ao “tanquinho” das versões com motor flex. Nem mesmo o quase exagerado uso de cromados nas versões topo XLT e Limited tiram a atenção dos traços robustos e elegantes. A mais cara traz um santantônio estilizado, que acompanha as linhas e completam o ar esbelto da picape.
O visual foi pelas mãos dos australianos. A nova Ranger em nada lembra aquela picape “quadradona”, inspirada nas Ford F-150 dos anos 90. A linha de cintura alta, junto com a frente imponente formam um belo conjunto. O perfil ficou mais esportivo, com o parabrisa bastante inclinado, que contribui para a aerodinâmica. No para-lama, uma falsa saída de ar esconde o acesso ao “tanquinho” das versões com motor flex. Nem mesmo o quase exagerado uso de cromados nas versões topo XLT e Limited tiram a atenção dos traços robustos e elegantes. A mais cara traz um santantônio estilizado, que acompanha as linhas e completam o ar esbelto da picape.
Sob o capô, motores totalmente novos. A versão a gasolina e etanol ganhou o 2.5 16V Duratec usado no Fusion, mas retrabalhado para fornecer até 173 cv com combustível vegetal. O torque chega a 24,7 kgfm. Ele irá empurrar as versões XLS, XLT e Limited com cabine dupla e XLS com cabine simples, todas sempre com câmbio manual de cinco marchas. No entanto, a maior novidade é o motor diesel. Trata-se de um novo 3.2 litros de cinco cilindros em linha, produzido na Argentina, com 200 cv e 47,9 kgfm de torque, também disponível em todas as configurações. Junto, novos câmbios de seis marchas – manual para XLS e XLT e automático para XLT e Limited. Além deles, ainda há um novo 2.2 litros diesel com 125 cv reservado à versão XL – com cabine simples, dupla, ou apenas chassi, destinada a frotistas. Tração integral com acionamento eletrônico, apenas com motor diesel.
O “pulo do gato” da nova Ranger é a injeção de tecnologia a bordo. A Ford não economizou em itens de segurança e comodidade para fazer frente às versões topo da concorrência. A Ranger Limited, tanto diesel quanto flex, trazem de série airbags frontais, laterais e de cortina, sensores de estacionamento, câmara de ré, GPS integrado ao painel, bancos em couro e rodas de 17 polegadas. Além deles, controle de estabilidade, tração com funções de assistente de partida em aclives e controle de velocidade em descida fazem parte da extensa lista. As versões mais simples perdem um pouco do arsenal – a XLT ainda mantém o ESP com todas as funcionalidades. Todas, desde a XL, trazem airbag duplo, ABS, travas e vidros elétricos, direção hidráulica e ar-condicionado. A Ford também quis transformar os preços em mais um elemento de vendas. Eles começam em R$ 61.900 na XLS flex cabine simples e vão até os R$ 130.900 da Limited cabine dupla com motor diesel e câmbio automático.
Ponto a ponto
Desempenho – Os 200 cv do 3.2 Duratorq mal sentem os 2.198 kg da Ranger. Há disposição de sobra para empurrar a picape com decisão. No fora-de-estrada, os 47,9 kgfm de torque disponíveis já a 1.750 rpm ajudam bastante a escalar trilhas e caminhos difíceis. As acelerações são decididas e o propulsor mostra fôlego para encarar asfalto e terra com a mesma desenvoltura. Em usos menos severos, se mostra suave e trabalha em silêncio com boa reserva de potência. Nota 8.
Desempenho – Os 200 cv do 3.2 Duratorq mal sentem os 2.198 kg da Ranger. Há disposição de sobra para empurrar a picape com decisão. No fora-de-estrada, os 47,9 kgfm de torque disponíveis já a 1.750 rpm ajudam bastante a escalar trilhas e caminhos difíceis. As acelerações são decididas e o propulsor mostra fôlego para encarar asfalto e terra com a mesma desenvoltura. Em usos menos severos, se mostra suave e trabalha em silêncio com boa reserva de potência. Nota 8.
Estabilidade – O
acerto de suspensão é dos melhores. Os amortecedores copiam bem a
superfície e filtram bem os solavancos. Mesmo na terra, a carroceria
rola pouco e o motorista tem sempre pleno controle da Ranger. No
asfalto, o centro de gravidade alto não perdoa e o modelo inclina, mas
ainda assim longe de transmitir alguma insegurança. Em velocidade de
cruzeiro na casa dos 120 km/h, a Ranger se mantém incólume. Nota 8.
Interatividade – O
interior da Ranger lembra muito o de um carro de passeio. Os comandos
estão à mão e têm fácil operação. Mesmo o sistema de som, com entradas
USB e Bluetooth, possui teclas grandes e uso muito simples. O console
alto aproximou do motorista itens como o seletor da tração e a alavanca
de câmbio, que facilita bastante o manuseio. É fácil achar uma boa
posição para dirigir, mesmo com o volante sendo ajustável apenas em
altura. Nota 7.
Consumo – A Ford fala em cerca de 12 km/l de média para o motor diesel. O InMetro ainda não tem medições da versão. Nota 7.
Tecnologia – Ponto
alto da nova Ranger. O motor 3.2 diesel é totalmente novo, com cinco
cilindros e turbo variável. Além dele, a plataforma também é inédita. A
marca ainda recheou a picape com itens importantes como airbags
frontais, laterais e de cortina. O controle de tração e estabilidade
também segura a picape em descidas íngremes e ajuda na hora de arrancar
numa ladeira. Para estacionar, uma câmara de ré que projeta imagens no
retrovisor interno facilita o trabalho. Nota 9.
Conforto – O modelo
surpreende e se mostra bastante confortável, mesmo com rústicos feixes
de mola na suspensão traseira. A caminhonete pula pouco e o rodar é
macio. O ambiente a bordo também é agradável e silencioso graças ao bom
isolamento acústico e de vibrações. Os bancos são confortáveis e há
espaço suficiente no banco traseiro. Nota 8.
Habitabilidade – A
Ranger é muito bem fornida de porta-objetos. Não faltam nichos para
guardar garrafas e outros itens. As portas grandes facilitam o entra e
sai do modelo e ninguém deve reclamar de aperto. O interior teve o
espaço bem aproveitado, com um vão amplo para as pernas de quem viaja
atrás. Nota 7.
Acabamento – Para
uma picape, a nova Ranger é muito bem acabada. Os materiais são de boa
qualidade, assim como os encaixes. O interior consegue exalar uma
atmosfera de razoável requinte, mesmo com plástico rígido em algumas
partes. O isolamento acústico é eficiente, já que pouco se ouve o motor
trabalhar. Nota 7.
Design – A mudança
definitivamente caiu bem ao modelo. As novas linhas são muito bonitas e
harmônicas. A enorme grade dianteira cromada dá uma ótima impressão de
robustez, confirmada pela linha de cintura alta e ascendente. É uma
picape elegante, mesmo com os apliques cromados na carroceria e
logotipos em alto relevo. Nota 9.
Custo/beneficio – A
Ford aposta alto no bom custo/benefício da Ranger. Tanto que posicionou a
versão topo Limited com motor diesel e câmbio autmático no mesmo
patamar que as concorrentes, mas entregando um pacote mais completo de
equipamentos. Por R$ 130.900, ela vem com seis airbags, ar-condicionado
automático de duas zonas e controle de estabilidade. A intermediária XLT
– de R$ 120.400 com câmbio automático – perde GPS e os airbags laterais
e de cortina, o que a deixa equiparada a Chevrolet S10 LTZ e Volkswagen
Amarok Highline, que custam respectivamente R$ 130.840 e R$ 134.500,
quando equipadas à altura da Ranger XLT. Nota 8.
Total – A Ford Ranger Limited 3.2 somou 78 pontos em 100 possíveis.
Primeiras impressões
Bravura indômita
Salta/Argentina – No
trajeto organizado pela Ford nos arredores de Salta, no Norte da
Argentina, a Ranger mostrou muita valentia. A picape recebeu um ótimo
acerto de suspensões, que deixou o rodar muito confortável – ponto alto
do modelo. Mesmo sobre caminhos tortuosos fora do asfalto – como
pedregosos leitos de rios, foco do percurso –, ela se mantém estável e
trata muito bem os passageiros. Não “chacoalha” tanto como normalmente
acontece em picapes médias. Certamente parece ser menor que seus 5,35
metros de comprimento.
Ao volante, não chega a ser o sedã de luxo que a Ford propagandeia, mas, como picape, a nova Ranger vai bem. E oferece uma boa posição de dirigir, muito próxima à de um carro de passeio. O painel da versão topo Limited é bem completo – inclui ainda um GPS integrado, mas que merecia uma tela maior que a de 5 polegadas instalada – com botões grandes e fáceis de usar numa interface bastante intuitiva. O visual interno lembra o do New Fiesta, mas com menos extravagância. Atrás, dois passageiros se encaixam sem dificuldades e são surpreendentemente bem recebidos, com acomodações razoáveis e que não cansam mesmo após um par de horas sentado ali.
Ao volante, não chega a ser o sedã de luxo que a Ford propagandeia, mas, como picape, a nova Ranger vai bem. E oferece uma boa posição de dirigir, muito próxima à de um carro de passeio. O painel da versão topo Limited é bem completo – inclui ainda um GPS integrado, mas que merecia uma tela maior que a de 5 polegadas instalada – com botões grandes e fáceis de usar numa interface bastante intuitiva. O visual interno lembra o do New Fiesta, mas com menos extravagância. Atrás, dois passageiros se encaixam sem dificuldades e são surpreendentemente bem recebidos, com acomodações razoáveis e que não cansam mesmo após um par de horas sentado ali.
O acabamento é bom e os materiais são de qualidade. Como o couro que reveste bancos e parte das portas. Apesar de algumas peças mais expostas serem em plástico rígido, elas não denotam pobreza e contribuem para o ar de robustez da nova Ranger. Os encaixes são bons e nada faz barulho, ainda que o uso intenso por estradas mal pavimentadas possa cobrar um preço.
A maior estrela da nova picape, no entanto, é o motor diesel de cinco cilindros e 3.2 litros. Com saudáveis 200 cv e 47,9 kgfm de torque entre 1.750 e 2 mil rpm, o propulsor não demonstra dificuldades para carregar as mais de duas toneladas da picape cabine dupla. A entrega de força é bem linear e o funcionamento suave, o que realça o eficiente trabalho da marca no isolamento acústico e de vibrações para o interior. O câmbio manual de seis marchas merecia engates mais precisos, mas junto com a embreagem leve, tem acionamento correto e alavanca muito bem posicionada – curta e próxima à mão do motorista.
Ficha Técnica
Ford Ranger
Motor 3.2: Diesel,
dianteiro, longitudinal, 3.198 cm³, cinco cilindros em linha, turbo,
quatro válvulas por cilindro e sistema de abertura variável de válvulas.
Injeção direta e acelerador eletrônico.
Motor 2.5: A
gasolina e etanol, dianteiro, longitudinal, 2.488 cm³, quatro cilindros
em linha, quatro válvulas por cilindro e sistema de abertura variável de
válvulas. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.
Motor 2.2: Diesel,
dianteiro, longitudinal, 2.184 cm³, quatro cilindros em linha, quatro
válvulas por cilindro, turbo e injeção direta. Acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio
manual ou automático com seis marchas à frente e uma a ré. Tração
traseira, integral por acionamento eletrônico e reduzida. Oferece
controle de tração. (Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré.
Tração traseira. Sem controle de tração nas versões com motor a
gasolina e etanol.)
Potência máxima: 200 cv a 3 mil rpm (Motor 2.5: 168 cv com gasolina e 173 cv com etanol a 5.500 rpm. Motor 2.2: 125 cv a 3.700 rpm).
Torque máximo: 47,9
kgfm a entre 1.750 e 2.500 rpm (Motor 2.5: 24 kgfm com gasolina e 24,7
kgfm com etanol a 4.250 rpm. Motor 2.2: 32,0 kgfm entre 1.500 e 2.500
rpm.).
Diâmetro e curso: 89,9 mm X 100,7 mm. Taxa de compressão: 15,5:1 (Motor 2.5: 89,0 mm X 100,0 mm. Taxa de compressão: 9,7:1).
Suspensão: Dianteira
independente com molas helicoidais e amortecedores a gás. Traseira com
eixo rígido, feixes de molas e amortecedores a gás. Barras
estabilizadoras na frente e atrás. Oferece controle eletrônico de
estabilidade.
Pneus: 265/65 R17.
Freios: Discos
ventilados na frente e tambores atrás. ABS, EBD, assistente de frenagem
de emergência e controle de frenagem em curvas.
Carroceria: Picape
com carroceria sobre chassi, com quatro portas e cinco lugares. Com 5,35
metros de comprimento, 1,85 m de largura, 1,84 m de altura e 3,22 m de
distância entre-eixos. Airbags frontais, laterais, para os joelhos dos
ocupantes dianteiros e do tipo cortina.
Peso: 2.198 kg.
Capacidade da caçamba: 1.180 litros.
Tanque de combustível: 80 litros.
Produção: General Pacheco, Argentina.
Lançamento mundial: 2012.
Itens de série:
XL: Ar-condicionado,
direção hidráulica, vidros, travas e retrovisores elétricos, computador
de bordo, freios ABS, rodas de aço de 16 polegadas;
XLS: adiciona
para-choques e retrovisores na cor do carro, rodas de liga-leve de 16
polegadas, som com CD/MP3/USB/iPod com tela LCD de 4,2 polegadas
(adiciona airbags frontais apenas com motor diesel)..
XLT: adiciona à XLS
rodas de liga-leve 17 polegadas, volante multifuncional, ESP com Hill
Holder e controle de descida, ar-condicionado automático de duas zonas,
controlador de velocidade de cruzeiro, vidros elétricos com acionamento
por um toque, grade dianteira, capas dos retrovisores e estribos
cromados;
Limited: adiciona à
XLT rádio/CD/MP3/USb/iPod/Bluetooth com tela de 5 polegadas, GPS, bancos
dianteiros com ajustes elétricos, airbags laterais e de cabeça,
sensores de estacionamento, sensor de chuva e crepuscular, santantônio
esportivo e câmera de ré.
Preços:
XL cabine simples diesel: R$ 77.900
XL cabine dupla diesel: R$ 92.500
XLS cabine simples flex: R$ 61.900
XLS cabine dupla flex: R$ 67.600
XLT cabine dupla flex: R$ 75.500
Limited cabine dupla flex: R$ 87.500
XLS cabine simples diesel: R$ 97.900
XLS cabine dupla diesel: R$ 106.900
XLT cabine dupla diesel manual: R$ 114.900
XLT cabine dupla diesel automática: R$ 120.400
Limited cabine dupla diesel automática: R$ 130.400.
Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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