Prezada Chevrolet, desculpem-me você e o seu Corvette, mas o Viper é hoje o maior ícone automotivo americano. Eles são para o mundo dos carros o que o bacon é para a gastronomia. É como se fosse bacon sobre rodas.
Ao contrário do Corvette – que foi feito com os europeus em mente – o Viper nasceu de um conceito de Carroll Shelby para ser o herdeiro de seu Cobra, que até pode ter um passado britânico – como muitos cidadãos americanos – mas é um esportivo concebido e nascido nos EUA. O mais famoso deles.
Ainda que Shelby tenha se afastado do desenvolvimento do Viper, o esportivo da Dodge continuou sob a sombra do Cobra e foi lançado em 1992 com um exagerado (mas não menos incrível) motor V10 tipicamente americano – com comando no bloco e com muitas das tais polegadas cúbicas insubstituíveis.
Ele também é bronco, como um redneck mascando fumo que resolve seus problemas com força bruta e rejeita frescuras como aquela preocupação esnobe dos britânicos em ser um gentleman. Ele também pouco se importa como vai se portar diante da sociedade, e por isso suas linhas não são sutis, sedutoras, equilibradas, e também nem um pouco elegantes. Além disso, se ele precisar andar de lado, de lado andará.
O Viper é a antítese do requinte e discrição do gentleman. Ele atrai pelo exagero e pela agressividade. São como os peitos da Pamela Anderson, um Triplo Cheeseburger com Coca-Cola grande, ou um show do Kiss. É a megalomania americana em forma de carro esportivo.
E essa falta de sutileza você encontra em quase tudo que é tipicamente americano. Como o bacon, por exemplo. O sabor do bacon não proporciona as sensações equilibradas das combinações orientais, por exemplo, onde se percebe o sabor de cada ingrediente. Um sanduíche com bacon transforma-se em um sanduíche de bacon. Ele se sobrepõe ao sabor do queijo, da salada, do pão, e até do sorvete de creme que você tomar como sobremesa. Os americanos gostam dessas coisas pouco sutis, e por isso o bacon se transformou em um ícone americano. Eles chegam a fazer doces misturando chocolate e bacon. É o que os críticos gastronômicos apelidaram de “bacon mania“.
Além da falta de sutileza no sabor, o bacon não é equilibrado – tem sal e gordura demais – e muito menos sedutor. Igualzinho ao Viper. Ou você serviria gordura e vinho tinto no primeiro jantar com uma garota?
Acontece que o bacon, com seu colesterol ruim, seus excessos e seu sabor dominante ainda é algo delicioso de vez em quando, mesmo que esteja tentando te matar a cada mordida – como o Viper tenta te matar a cada curva em que você tenta se deliciar com toda aquela exuberância em dez cilindros.
E quem se preocupava com a interferência italiana no desenvolvimento desta nova geração do Viper pode ficar aliviado. As fotos provam que o bacon com ketchup e Coca-Cola grande continua saboroso como sempre.
Foram elas (as fotos) que deram início a esse papo nonsense. Estes SRT Vipers foram flagrados por um leitor do Jalopnik US em um evento chamado Blue Ribbon Bacon Tour. Veja só, eles fazem até turnês juntos.
Só espero que esses caras lavem as mãos antes de dirigir. Viper com bacon já seria exagero demais. Mesmo para americanos.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br/
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