10 de jul. de 2012

Isso é o que restou da antiga GM

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Já faz três anos que os cidadãos norte-americanos desembolsaram bilhões de dólares para salvar a General Motors da falência. A nova versão da GM agora caminha com as próprias pernas, fazendo dinheiro novamente, mesmo que seus acionistas achem que ela deveria estar melhor ainda (fazendo mais dinheiro para eles, claro).

Mas os vestígios da fabricante ainda permeiam a paisagem americana, do Massachusetts a uma pequena cidade no estado de Indiana e por toda a parte no estado natal do Michigan.
A velha GM existe ainda como uma coleção de propriedades desnecessárias da empresa socorrida, incluindo uma igreja e um campo de golfe, vendidos a preço de banana, dinheiro que não vai para os contribuintes e sim para um fundo privado.
Conheça os Órfãos da GM: um acervo que vai de casas a uma reitoria e até fábricas (“plantas”, no chavão automotivo atual) e lixões. Estas são propriedades que a GM já teve, e que agora estão à venda pelo Racer Trust. Este fundo foi criado depois do processo de recuperação da GM para tomar posse de 89 propriedades em 14 estados, e tem sido extraordinariamente aberto em seus esforços para encontrar compradores.
No dia 20, na fábrica desativada de Willow Run, próximo da cidade de Ypsilanti, Michigan, o fundo organizou um evento para representantes de governo, além de investidores que possam estar interessados nas propriedades. Mostrou alguns dos locais e deu dicas de como restaurá-los – algo parecido com os programas de dicas de beleza para bichos de estimação que infestam a TV.
Mas, como qualquer agência de adoções que se preza, a Racer não pode simplesmente jogar as ex-posses da GM no colo que qualquer zé-ninguém que bata à porta. Os compradores precisam se enquadrar em seis critérios definidos em um acordo firmado entre os departamentos do Tesouro e Justiça, a agência ambiental do país, os promotores chefes de 14 estados, e a tribo Mohawk Saint Regis no estado de Nova York, que é proprietária de terras que eram poluídas por uma fábrica da GM.
Resumidamente o comprador precisa concordar em ajudar a comunidade na qual a propriedade está localizada, encontrar investidores, criar empregos, pagar impostos e outros passos. “Isso torna a missão ainda mais desafiadora que uma simples privatização”, disse Bruce Rasher, o gerente de “redesenvolvimento” do fundo.
Por exemplo, há um terreno industrial de 464.000 m² em Willow Run que qualquer comprador gostaria de demolir com uma assinatura. “Se o fundo fosse vender para uma empresa de demolição/sucatas, poderíamos vendê-lo rapidamente e por um valor superior do que o que teremos por precisar seguir os desejos da comunidade e colocar empregos e vagas no prédio”.
É provavelmente por isso que o fundo sem fins lucrativos só conseguiu obter US$ 19,2 milhões (milhões, com m mesmo) nas poucas propriedades que conseguiu vender. E elas não foram vendidas alguns trocados: cinco das propriedades foram arrematadas por mais de US$ 2 milhões cada.

Mas quando você lembra que se gastam aproximadamente US$ 1,2 bilhões atualmente para construir uma única fábrica, você se dá conta que são valores de brechós. Por sinal, todo o dinheiro das vendas vai para o custo administrativo do fundo, o que inclui manter a ligação elétrica, os pátios limpos e a grama aparada. Quem paga imposto não vê um tostão do dinheiro da venda de quintal da velha GM.
Os Órfãos da GM incluem o que você deve esperar e algumas coisas que você nem imagina. Por exemplo, alguns dos lugares existem mesmo depois de décadas que a GM os fechou, como o lixão em Framingham, Massachusetts, onde a GM já fabricou carros, e o local da Buick City em Flint, Michigan, sede de uma fábrica que já foi considerada modelo de cooperação entre trabalho e gerência.
A lista inclui prédios de escritório em Pontiac, Michigan e um campo de golfe em Nova Jérsei. Tem até uma reitoria/casa episcopal em Bedford, Indiana, onde a Racer também tenta vender algumas casas e terrenos desocupados.
Você pode estar se perguntando “como as coisas chegaram a esse ponto?” Rasher explica que uma fábrica da GM poluiu o solo. Devido à geografia da região, os contaminantes se espalharam, aparecendo há quilômetros de distância em Bedford, sob as casas, e uma igreja.
A igreja foi vendida, e Rasher está até otimista com as chances dos outros órfãos da GM serem adotados, devido a uma recuperação da economia e a divulgação agressiva do fundo. “Meu telefone não para de tocar e minha caixa de e-mails está repleta de contatos e prospectos”, disse Rasher.
Mas ele admite que algumas coisas nunca encontrarão um dono. Por exemplo, lixões tem uma “utilidade bem limitada”, disse ele. “Sim, temos algumas propriedades que jamais conseguiremos vender, mas nada impede um reuso criativo. Cada um apresenta um desafio ou quebra cabeças diferente”.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br/
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