9 de fev. de 2012

WRC-The italian job por Marcio Kohara



Dani Sordo, de Mini, no Rally de Monte Carlo(McKlein)
Desmentindo os rumores que surgiram no final da última semana, a BMW confirmou no começo desta semana que segue no WRC por meio da marca Mini e renovou o contrato de preparação dos carros de rali da marca com a Prodrive até 2018. O anúncio também trazia a informação de que uma nova equipe estaria sendo formada e seria considerada equipe oficial da Mini, a Mini Portugal, gerenciada pela Motorsport Italia, que teria como pilotos o português Armindo Araújo e o brasileiro Paulo Nobre, o que representa que o país terá a sua primeira dupla correndo por uma equipe de fábrica.

Na última semana, a especulação era de uma crise no relacionamento entre BMW e Prodrive (causada por desavenças financeiras) e que a BMW estaria abandonando o barco, terminando o contrato com a Prodrive. Como diz o velho ditado, onde há fumaça há fogo e de fato existe problemas financeiros envolvendo a gigante bávara e a turma de Banbury.
A grande birra dos alemães é a inexistência de cobertura televisiva da categoria em território alemão - colocando o dedo na ferida aberta pelo fraco trabalho de promoção do WRC nos últimos anos. Por isso, a BMW teria deslocado fundos que estavam previstos para o aumento do investimento no WRC na criação de novas frentes em outras categorias, como é o caso do DTM, o Campeonato Alemão de Turismo, que os bávaros estão entrando a partir da temporada e que se inicia em breve. Com o intermédio da FIA, porém, a BMW se dispôs a ficar na categoria, mantendo o investimento e se comprometendo a não inviabilizar a operação atual.
Porém, segundo as regras da categoria, a homologação de carros depende das equipes oficiais (M1) registradas. O problema é que a Mini John Cooper Works gerenciada pela Prodrive não tinha condições financeiras de estar presente em todas as etapas. Por outro lado, a Motorsport Italia estaria presente a todas as etapas do WRC com as equipes satélites (M2) 'Armindo Araújo WRT' de Armindo Araújo e a 'Palmeirinha WRT' de Paulo Nobre. A solução foi dada com a troca de inscrições na FIA, e as duas inscrições M2 da Motorsport Italia viraram uma única inscrição M1. Por outro lado, a Prodrive diz que manterá o programa de Dani Sordo (diz-se que ele estaria em 10 ralis na temporada) e o contrato de preparação dos Countryman até 2018.
O que isso significa na prática? O fato é que pouca coisa muda no programa Mini. Era sabido que a Prodrive não tinha conseguido fundos para manter a sua equipe como oficial e por isso não havia feito a inscrição para o campeonato. Falta saber o que virá no futuro, como será o futuro do programa Mini a partir do próximo ano, se a BMW apostará no WRC a sério ou é apenas para ganhar tempo.
Nesta quarta-feira foi divulgada a lista atualizada de equipes que disputam o WRC e apenas a Mini Portugal consta da lista de equipes inscritas com carros Mini no certame. Há a expectativa de que a Brazil WRT de Daniel Olveira se junte ao campeonato nas próximas etapas (México ou Portugal) e que Patrik Goransson, depois de fazer parte da equipe oficial da Mini na Suécia, ainda participará de algumas etapas. Mas é surpreendente, de toda a forma, a ausência da Prodrive na lista. Fica a dúvida se é porque a Prodrive não fará tantas aparições quando exigidas pelo regulamento da M2 (sete etapas, sendo duas fora do continente europeu), ou se pretende revezar o piloto oficial (Dani Sordo) com o outro que está sob contrato (Kris Meeke).
(PS. 'The italian job' é o nome original do filme lançado aqui no Brasil com o nome de 'Um golpe à italiana' em sua versão original lançada em 1969 e 'Uma saída de mestre' em sua refilmagem realizada em 2003. No original, Michael Caine é o principal destaque no filme dirigido por Petter Collinson e Mark Whalberg e Charlize Theron realizam os papéis principais na refilmagem de Frank Gary Grey. O filme original tem uma das cenas de perseguição de carro mais famosas da história do cinema, com três Mini Cooper protagonizando diversas manobras nas estreitas ruas de Turim. Vale a pena ver)
Deu água
Infelizmente, as negociações do novo promotor do WRC fracassaram. Recapitulando, a Eurosport Events negociava com a FIA para ter os direitos comerciais e a geração de imagens para a categoria, mas problemas jurídicos teriam sido as causas para que esta negociação fosse fechada.
Recapitulando toda a novela, a North One Sports, antiga detentora dos direitos comerciais da categoria, está em situação financeira complicada depois que o seu proprietário, Vladmir Antonov, foi preso na Lituânia acusado de fraude em dezembro passado (e assim toda a novela se desenrolou: o seu banco Snoras fechado e a empresa que fazia parte do grupo e gerenciava a NOS, a Convers Sports Initiatives, entrou em administração judicial comprometendo a liquidez da empresa).
Por toda esta confusão, a FIA destituiu a NOS de seu contrato no início deste ano e iniciou a busca para encontrar um promotor ainda para esta temporada. A FIA recebeu cinco propostas para a substituição da NOS ainda antes do Rallye Monte Carlo e a da Eurosport foi considerada a melhor. Porém, nas tratativas para o fechamento de um contrato de longo prazo, surgiu uma questão sobre a lei de falências da Europa, que poderia provocar problemas para as duas partes (em termos leigos, FIA e Eurosport poderiam ser acionadas por fechar um contrato de prestação de serviço similar a um que já existia antes prestado por uma empresa europeia que enfrentava problemas financeiros) e a negociação foi inviabilizada.
Assim, ato contínuo, no final da última semana a FIA anunciou que os organizadores dos ralis teriam em suas costas mais atribuições. Agora, a produção de imagens e comercialização dos direitos de imagens dos ralis seriam feitas pelos organizadores. Foi o que a ACM já havia feito com a Eurosport para o Rallye Monte Carlo, mas ainda não tinha sido tomado como padrão. Isso causou uma correria na organização do Rali da Suécia, que teve que fechar as pressas o contrato de filmagem do seu evento. De toda a forma, entre mortos e feridos neste primeiro momento, salvam-se todos. Pelo menos a cobertura do Rali da Suécia está garantida.
Preview - Rali da Suécia
A etapa sueca do Mundial de Rali costuma ser um feudo para os pilotos nórdicos. Não é para menos. Os segredos da pilotagem em alta velocidade sobre a superfície branca não é algo que se aprende do dia para a noite e os pilotos locais costumam levar grande vantagem sobre os forasteiros. Assim, pilotos como Jari-Matti Latvala, Petter Solberg e até Mikko Hirvonen aparecem na grande maioria das listas de favoritos à vitória neste final de semana.
Curiosamente, Petter Solberg não é um especialista na neve, apesar de ter evoluido bastante. Mas a única vez em que um piloto não nórdico venceu a mais tradicional etapa sobre neve do calendário (em 55 edições) foi em 2004, quando (quem mais?) Sebastien Loeb sagrou-se vencedor num rali que chamou a atenção pela pouca quantidade de neve nas estradas das cercanias de Hagfors. Porém, nesta edição, os relatos que existem são que as condições climáticas são parecidas com as daquela edição, com pouca neve na região onde o rali é disputado, o que pode beneficiar o francês. Se a situação piorar (ou melhorar, sei lá) e a neve ficar ainda mais rala, o beneficiado pode ser o próprio Petter Solberg, o vencedor no rali com menos neve que se tem notícia nos últimos anos, em 2005, com muita lama.
Há certa curiosidade para saber como reagirão os Mini na neve. Afinal, será a primeira vez que os carros da marca inglesa competirão neste tipo de superfície. Vale lembrar que os Countryman John Cooper Works WRC andaram muito bem na primeira experiência deles no asfalto, chegando a andar em pé de igualdade com os Citroen (e à frente dos Ford) nos ralis da Alemanha, França e Espanha. O segundo lugar conquistado por Dani Sordo e Carlos del Barrio em Monte Carlo servem para comprovar a eficiência dos Mini nesta superfície. Será que eles conseguirão andar bem também na neve? Patrik Sandell, o segundo piloto da Prodrive para o rali sueco, e Richard Goransson - com um Mini privado - poderão nos dar uma boa base comparativa para a carismática marca inglesa.
Como o acordo de rastreamento e cronometragem do WRC com a Stage1 Tech foi, de alguma forma, reestabelecido, o site oficial da categoria, o wrc.com, volta a ter a cronometragem oficial como acontecia até a temporada passada. Assim, serviços como a cronometragem (inclusive com parciais) voltam a figurar na página da categoria.
Sobre a cobertura televisiva, a mudança da geração das imagens não vai causar diferenças na cobertura brasileira. E o canal Speed (ainda disponível para muitos assinantes) deve mostrar os resumos diários de meia hora nos dias de competição.
Fonte: tracao-4x4
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br/blog/tracao-4x4
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