Versão da Hornet com carenagem montada no Brasil parte de R$ 32,5 mil. Facilidade de pilotagem e potência são destaques; seguro é mais caro.
Basta conferir qualquer tabela de preços para notar que há um “buraco”
na oferta entre motocicletas de média cilindrada no mercado brasileiro.
Enquanto as opções com motores de 125 cm³ e 250 cm³ e preços entre R$ 5
mil e R$ 12 mil são fartas, o motociclista que quer gastar algo na casa
dos R$ 20 mil terá poucas alternativas. No entanto, se ele estiver
disposto a chegar à faixa de R$ 30 mil, verá seu cheque ser cobiçado por
muitas marcas. Uma delas é a Honda, que já lidera o mercado com a naked
CB 600F Hornet e quer ampliar esse domínio com o lançamento da CBR
600F, versão mais esportiva e com carenagem da Hornet.
O G1 avaliou por ruas e estradas de São Paulo a versão C-ABS da CBR 600F, que custa R$ 35.500 e vem equipada com freios capazes de não deixar as rodas travarem e equilibrar a força de frenagem entre os dois pneus. Há ainda a versão Standard, que dispensa o ABS e sai por R$ 32.500. Ambas são fabricadas em Manaus em duas cores: totalmente preta, como a unidade das fotos, ou vermelha e branca.
Além de brigar com a própria Hornet, a CBR 600F tem pelo menos mais
três concorrentes de peso: Kawasaki Ninja 650R, Suzuki GSX650F e Yamaha
XJ6 F (confira mais detalhes no quadro abaixo). E ela tem seguro mais
caro, em média, em relação às rivais. Mesmo assim, a Honda pretende
vender 2.800 unidades (2.100 da versão Standard e 700 da C-ABS) do
modelo por ano.
Diferenças para a HornetPor mais que visualmente a
CBR 600F seja bem diferente da Hornet, as duas são basicamente a mesma
moto: motor, quadro, suspensões e demais componentes estruturais são
iguais. A maior diferença, na aparência e na prática, é a carenagem
integral, que começa no escapamento e cobre toda a dianteira. Com isso, a
CBR 600F traz um novo farol, retrovisores posicionados mais à frente do
piloto e semi-guidões presos à mesa – na Hornet, há um guidão integral.
CB 600F Hornet (Foto: Divulgação)
Só a carenagem já vale os R$ 1.700 de diferença entre a naked, que
parte de R$ 30.800 (com ABS, o preço salta para R$ 33.800) e a CBR. E
não se trata apenas de uma questão visual: na estrada, a diferença entre
as duas é grande.
Rodando a 120 km/h, enquanto o piloto da Hornet “briga” contra o vento e está sujeito a pedradas e "mosquitadas", o condutor da CBR fica abrigado desses inconvenientes dentro da proteção composta pela carenagem e a bolha superior. É uma vantagem que também diminui o nível de ruídos e, consequentemente, o estresse em viagens longas.
Bolha da CBR protege o piloto (Foto: Raul Zito/ G1)
Já os semi-guidões da CBR deixam a posição de pilotagem um pouco mais
esportiva. Enquanto a peça que apóia as mãos do piloto é integral na
Hornet, o que leva o condutor a ficar com a coluna mais ereta, os
suportes separados da CBR privilegiam um pouco mais a condução
esportiva, inclinando levemente o tronco para a frente. É uma mudança
tão sutil que só pode ser percebida por quem desce de uma moto e sobe na
outra.
A alteração de posição dos retrovisores, colocados mais à frente, é benéfica, já que aumenta o campo de visão e exige menos desvio de atenção com o trânsito à frente.
Posição de pilotagem da CBR é mais esportiva (Foto: Raul Zito/ G1)
Pilotagem 'amigável'
Como na Hornet, a primeira característica que chama atenção no contato inicial com a CBR 600F é a facilidade de pilotagem. Nos primeiros quilômetros, a impressão que se tem é a de que a moto já é uma velha conhecida. Esta, vale dizer, é uma característica comum nos modelos da Honda, geralmente mais "amigáveis" com motociclistas inexperientes.
Um dos principais destaques é o câmbio, suave e preciso como em poucos modelos. Ele não deixa a moto pular à frente quando se engata a primeira marcha (mesmo quando o motor está frio e o nível de rotações em ponto morto é mais alto) e aceita reduções sem enroscar.
Painel da CBR 600F (Foto: Raul Zito/ G1)
A "camaradagem" da CBR continua quando se acelera mais forte, mas até
certo ponto. Por mais que a entrega de potência seja linear (não há nem
sinal daquelas explosões de potência comuns nas antigas motos de grande
cilindrada equipadas com carburador), os 102 cavalos e os 6,53 kgfm
exigem juízo na administração.
Até as 7.000 rotações por minuto, o motor de 4 cilindros responde bem às acelerações mais ousadas, mas não chega a assustar. Passando desse ponto, a roda dianteira pode até sair do chão em primeira marcha. Resumindo: pode provocar à vontade, mas não se esqueça de que em algum momento a CBR assumirá o legado esportivo de sua sigla e se tornará quase uma moto pronta para participar de uma corrida. Dentro da linha Honda, porém, essa tarefa fica a cargo da CBR 600RR, que tem versões de R$ 47 mil (Standard) e R$ 50 mil (C-ABS).
Mesmo sem o espírito “racing” da CBR 600RR, a CBR 600F tem bom desempenho em curvas. Apenas 3 kg mais pesada que a Hornet, ela é capaz de proporcionar diversão com bastante segurança em uma estrada cheia de curvas.
Sem abusar da velocidade, a moto aponta tranquilamente para a direção indicada e é capaz de mudar de trajetória com rapidez para desviar de buracos ou outros obstáculos. Mérito da suspensão dianteira invertida, com ajuste de carga da mola e ação do amortecedor, e da traseira monochoque, que traz 7 regulagens de pré-carga da mola.
Quem quiser mais emoção, pode levar a moto sem receio a um autódromo para participar de um "track day" (dia de pista), modalidade em que o motociclista amador paga uma taxa (que gira em torno de R$ 300) e pode se divertir sem precisar tirar carteira de piloto.
Garupa pouco confortável
Para quem anda na garupa, é fácil perceber que o conforto do passageiro não foi uma das prioridades do projeto. O banco da CBR é largo e tem espuma de boa densidade, mas o espaço destinado ao segundo ocupante é pequeno e a inclinação do banco não favorece o equilíbrio durante as frenagens. Sem contar a ausência das alças laterais, presentes na geração anterior da Hornet.
Não chega a ser um defeito da moto, mas, sim, uma opção da Honda. E aí não há milagre: quanto mais se apela para a esportividade, menor é o zelo pela comodidade. Que o diga quem já andou na garupa de uma esportiva de 1.000 cc.
Expectativa da Honda é vender 2,8 mil unidades do modelo ao ano (Foto: Raul Zito/ G1)
O G1 avaliou por ruas e estradas de São Paulo a versão C-ABS da CBR 600F, que custa R$ 35.500 e vem equipada com freios capazes de não deixar as rodas travarem e equilibrar a força de frenagem entre os dois pneus. Há ainda a versão Standard, que dispensa o ABS e sai por R$ 32.500. Ambas são fabricadas em Manaus em duas cores: totalmente preta, como a unidade das fotos, ou vermelha e branca.
Rodando a 120 km/h, enquanto o piloto da Hornet “briga” contra o vento e está sujeito a pedradas e "mosquitadas", o condutor da CBR fica abrigado desses inconvenientes dentro da proteção composta pela carenagem e a bolha superior. É uma vantagem que também diminui o nível de ruídos e, consequentemente, o estresse em viagens longas.
A alteração de posição dos retrovisores, colocados mais à frente, é benéfica, já que aumenta o campo de visão e exige menos desvio de atenção com o trânsito à frente.
Como na Hornet, a primeira característica que chama atenção no contato inicial com a CBR 600F é a facilidade de pilotagem. Nos primeiros quilômetros, a impressão que se tem é a de que a moto já é uma velha conhecida. Esta, vale dizer, é uma característica comum nos modelos da Honda, geralmente mais "amigáveis" com motociclistas inexperientes.
Um dos principais destaques é o câmbio, suave e preciso como em poucos modelos. Ele não deixa a moto pular à frente quando se engata a primeira marcha (mesmo quando o motor está frio e o nível de rotações em ponto morto é mais alto) e aceita reduções sem enroscar.
Até as 7.000 rotações por minuto, o motor de 4 cilindros responde bem às acelerações mais ousadas, mas não chega a assustar. Passando desse ponto, a roda dianteira pode até sair do chão em primeira marcha. Resumindo: pode provocar à vontade, mas não se esqueça de que em algum momento a CBR assumirá o legado esportivo de sua sigla e se tornará quase uma moto pronta para participar de uma corrida. Dentro da linha Honda, porém, essa tarefa fica a cargo da CBR 600RR, que tem versões de R$ 47 mil (Standard) e R$ 50 mil (C-ABS).
Apesar de mais pesada que a Hornet, CBR responde bem nas curvas (Foto: Raul Zito/G1)
Segurança nas curvasMesmo sem o espírito “racing” da CBR 600RR, a CBR 600F tem bom desempenho em curvas. Apenas 3 kg mais pesada que a Hornet, ela é capaz de proporcionar diversão com bastante segurança em uma estrada cheia de curvas.
Sem abusar da velocidade, a moto aponta tranquilamente para a direção indicada e é capaz de mudar de trajetória com rapidez para desviar de buracos ou outros obstáculos. Mérito da suspensão dianteira invertida, com ajuste de carga da mola e ação do amortecedor, e da traseira monochoque, que traz 7 regulagens de pré-carga da mola.
Quem quiser mais emoção, pode levar a moto sem receio a um autódromo para participar de um "track day" (dia de pista), modalidade em que o motociclista amador paga uma taxa (que gira em torno de R$ 300) e pode se divertir sem precisar tirar carteira de piloto.
Garupa pouco confortável
Para quem anda na garupa, é fácil perceber que o conforto do passageiro não foi uma das prioridades do projeto. O banco da CBR é largo e tem espuma de boa densidade, mas o espaço destinado ao segundo ocupante é pequeno e a inclinação do banco não favorece o equilíbrio durante as frenagens. Sem contar a ausência das alças laterais, presentes na geração anterior da Hornet.
Não chega a ser um defeito da moto, mas, sim, uma opção da Honda. E aí não há milagre: quanto mais se apela para a esportividade, menor é o zelo pela comodidade. Que o diga quem já andou na garupa de uma esportiva de 1.000 cc.
Fonte: G1
Disponível no(a): http://g1.globo.com/carros
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