15 de dez. de 2011
Salão de Veículos Antigos: o espírito da Lotus
Praticamente todas as palavras relacionadas ao Lotus Esprit S1 convergem para a síntese do esportivo puro. Motor central? Ele tem. Tração traseira? Está lá. Suspensão independente e freios a disco nas quatro rodas? Tudo ali. Peso baixo e estruturas de proteção? Sim senhor. E ainda por cima é bonito de doer.
O protótipo foi criado pela ItalDesign a partir da plataforma alongada do Lotus Europa e apresentado no Salão de Turim de 1972. A modernidade absoluta das linhas retas e limpas causou sensação. E como prova da genialidade de Giorgetto Giugiaro, o design seria adotado praticamente sem modificações no modelo de série, a partir de 1976 – e assim continuaria até 2004, com os devidos retoques ao longo do tempo.
Este aqui é um Esprit S1 safra 1977 bastante original, quase sem restauração, e já apareceu na seção Grandes Brasileiros da Quatro Rodas tempos atrás. Trata-se de um dos primeiros automóveis de produção a adotar um cabeçote multiválvulas. O motor Lotus 907 de quatro cilindros em linha, 16 válvulas e 2,0 litros produz 162 cavalos, número discreto ante os supercarros emergentes da época, mas uma potência específica bem notável para motores aspirados.
O torque razoável de 19,3 kgfm faz com que a tocada – como em todos os multiválvulas por um bom tempo – peça giro alto. Nada muito difícil de se manter levando em conta que o motor urra logo atrás dos seus ouvidos, em posição longitual. O Esprit S1 não era dos mais rápidos em linha reta, mas compensava isso com muita qualidade de condução e alta performance nas curvas.
As cinco marchas da transmissão são acionadas por uma alavanca pequena e mais alta que a base do volante Momo. Repare que o rádio fica bem na frente da alavanca. A posição de dirigir é super baixa – o carro mede apenas 1,09 metro de altura – e os pedais estão bem juntos. O freio de mão foi montado à esquerda, e o painel parece o de um caça dos anos 70, com todos os elementos voltados para o piloto e instrumentos com um estranho fundo verde-água.
A estrutura de chassi do tipo espinha dorsal é coberta pela carroceria de fibra de vidro logotipada pelo autor, e integra uma célula de proteção no habitáculo. Mesmo assim, o peso do carro se estabilizou na casa dos 1.000 kg. Outro detalhe precioso são os freios traseiros montados inboard, como nos carros de competição da época.
O dono atual afirma que dirige o carro regularmente, acumulando 11 mil milhas (17.700 quilômetros) desde 1999. No total, esta unidade possui 53 mil km rodados. Está em ótima forma.
Ao longo de quase três décadas de vida, o Esprit ganharia massa muscular, vários aprimoramentos técnicos e o ápice dos V8 turbo com até 355 cavalos. Mas como fórmula inicial e identificação com a época romântica da Lotus, o S1 é insuperável, e um dos últimos projetos a ser conduzido diretamente por Colin Chapman.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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