14 de jan. de 2011

Novo Fiesta hatch enfrenta três rivais de peso Modelo da Ford que chega até junho briga com Honda Fit, Nissan Tiida e Toyota Yaris

Kim Reynolds// Fotos: Brian Vance (New York Times Syndicate)
Editora Globo
Ford New Fiesta hatch que chega no fim do primeiro semestre ao Brasil na frente dos rivais Tiida, Fit e Yaris 
Depois de conquistar o Velho Mundo e se tornar o campeão de vendas na Europa, o Ford Fiesta vem preparando seu ataque à costa americana por meio de alguns métodos altamente subversivos. No ano passado, por exemplo, a Ford lançou 100 Fiestas atrás das linhas inimigas como parte de sua campanha Movimento Fiesta. E, ardilosamente, cada um de seus felizardos motoristas recebeu uma câmera de vídeo, com a propaganda resultante injetada nas mentes de nossa tenra juventude via “portais alternativos”, tais como Facebook e YouTube. O que virá depois? Um ataque terrorista do Fiesta? Talvez.

Na nossa opinião: Ford, pare de agir com essa nefasta ardilosidade nas sombras. O Fiesta precisa vir a público e se sujeitar a um teste comparativo para ser considerado um carro de verdade.

Editora Globo 
Assim, ligamos para a Ford – e eles deixaram um com a gente. Um modelo SES amarelo com o novo câmbio de seis marchas. Aguardando por ele com alguma apreensão estavam três alternativas calejadas pela guerra, que igualmente já tiveram grandes esperanças de dominar o mercado de carros pequenos: o Honda Fit com seu nome bastante adequado (“fit”, em inglês, significa “caber”), o Nissam Tiida (chamado de Versa, nos Eua, que soa como “versátil”, nada mal) e o Toyota Yaris (segundo a Toyota: “Yaris” é uma fusão de ‘Charis’ – deusas gregas da beleza e elegância, chamadas de Cárites em português – e a expressão alemã e concordância, ‘ja’). O alemão envolvido deve ter sido o velho cego de “Frankenstein”.
As regras básicas para a luta que viria a seguir eram as seguintes: os competidores tinham que ser hatchbacks de quatro portas equipados com câmbios automáticos familiares ao motorista urbano americano e ter uma pequena dose de esportividade se possível. E, caso não fosse, o mais perto possível que nosso acervo pudesse arrumar. Após conduzir uma tediosa bateria sem precedentes de medições internas, medições de ruídos e quantificações de conforto envolvendo muitos fios e planilhas enormes, nos dirigimos a Westlake Village para um trajeto do mundo real que incluía a Mulholland Drive (mundo real? Com certeza!) e a via expressa 101. De lá, fomos para Newport Beach para algumas fotos à beira-mar, acabando no sombrio restaurante La Cave em Costa Mesa para ótimos filés, bebidas e ruminações.

A ordem final, se eu consigo entender as anotações nesse guardanapo amarrotado, foi...

Toyota Yaris: Carro pequeno, preço menor ainda
Editora Globo 
Brian Vance
Entre os quatro, o Toyota é o mais equipado
Ainda que o Yaris tenha ficado com a última colocação nesse grupo, nós suspeitamos que ele seja o primeiro nos corações de muitas pessoas com a grana curta para quem o paraíso seria um carro com menos de 100 km no hodômetro e um retrovisor sem um aromatizante de pinho pendurado.

E, apesar de um preço inicial de US$ 2.605 (cerca de R$ 4.430) menor do que o segundo carro mais barato aqui (o não exatamente extravagante Tiida), o Yaris ainda tem uma boa lista de virtudes sobre as quais se gabar. Por exemplo, ele acelera cabeça a cabeça com o Fit Sport até os 100 km/h e para 3,95 m antes do Fit e – veja só – vem com controle de estabilidade e tração, ABS, distribuição eletrônica da força dos freios e assistência a frenagem, tudo como equipamento básico. Anotem isso, pais de guerreiros das estradas em direção à faculdade. E, se aquela bolsa de estudos sair, considere optar pelo Power Package de US$ 1.705 (cerca de R$ 2.900) presente em nosso carro, que povoa o Yaris com as opções elétricas de costume (travas das portas, vidros, rádio AM/FM com CD), mas também com uma importante flexibilidade na bagagem com o encosto traseiro rebatível e assentos que se deslocam em 11,5 cm. Isso faz diferença em um carro tão pequeno.

Na estrada, praticamente tudo no Yaris é relativizado com “mas, sabe, o preço inicial é de só quinze mil dólares (R$ 25.500)”. Faltam marchas (há apenas quatro) – retruque: “Quinze mil doletas.” Pior tempo na pista em oito? – “quinze mil verdinhas.” Barulhento? – “Quinze mil americanos.” O que, se dito suficientes vezes, acaba começando a soar bastante atraente.

Nissan Tiida: o terno confortável
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Em face da recente discussão sobre os americanos precisarem reduzir o tamanho de suas expectativas automotivas, o Tiida foi o único participante aqui a oferecer uma amostra plausível sobre como isso pode vir a acontecer.


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Interior do Nissan destaca-se pela sobra de espaço
A menor opção da Nissan é uma ilusão de nível quântico. Ele simplesmente só pode ser maior por dentro do que por fora. Enquanto seu exterior parece apenas modestamente mais volumoso do que o Fit – de fato, o carro caberia em uma caixa apenas 5,3% maior do que a do Honda – ele é um closet relaxante por dentro. Eu o remeto imediatamente à informação preciosa ao revelar acomodações nos quais um quarteto de americanos tamanho GG poderia se refastelar em um verdadeiro estupor de gordura trans. Por exemplo, com um motorista de 1,80 m ao volante, seu clone no banco traseiro ainda teria 4,3 cm de espaço extra para a cabeça e incríveis 12,7 cm de espaço sobrando para os joelhos.

E se esse comparativo se concentrasse puramente em trajetos urbanos, o Tiida já estaria estourando o champagne. De acordo com nosso medidor de ruídos e 6,5 km de belos pisos irregulares, o Tiida foi o mais quieto por uma margem considerável, ao mesmo tempo em que presenteia o condutor com o segundo melhor nível de conforto ao volante.

A queda do Tiida veio em dois lances. Embora seu comportamento em curvas tenha se provado inesperadamente sensível a comandos do acelerador na pista circular, ele foi desconcertado pelas cambagens aleatórias no asfalto de Mulholland. Por outro lado, seus 124 cv o fizeram o mais ligeiro até os 100 km/h (levando 9,1 segundos) enquanto o ótimo trabalho do câmbio CVT com suas opções de relações infinitas parecia clarividente na batalha do trânsito cotidiano. A segunda falha é sua inobservância ao design. Não é que ele seja feio. É que ele simplesmente não se parece com... nada, na verdade. Al Gore deve ter feito o esboço dessa coisa. Tecnicamente, a Nissan tem uma pedra preciosa em suas mãos. Da próxima vez, eles precisam lapidá-la também.

Fonte:revistaautoesporte
Disponível em:http://revistaautoesporte.globo.com

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