Depois de reestilização, Fiat Punto T-Jet ganha competitividade e vira o turbo mais barato do Brasil.
Desde 2010, a versão T-Jet do Punto sofre com o “canibalismo” dentro da linha da Fiat. Ao se situar no topo da gama do hatch compacto, a configuração esportiva tinha preço muito semelhante ao do médio Bravo, lançado exatamente naquele ano e equipado com o mesmo motor.
Além disso,
tinha diferença de preço muito alta em relação ao Punto imediatamente
inferior – o “gap” chegava a R$ 14 mil. No meio do ano, a Fiat tratou de
ajustar a bagunça. Promoveu uma reestilização geral do Punto e abaixou o
preço do T-Jet para R$ 55.740 – apenas R$ 7 mil a mais que a versão
Sporting Dualogic, a segunda mais cara. De quebra, se tornou o carro
turbo mais barato do Brasil.Desde 2010, a versão T-Jet do Punto sofre com o “canibalismo” dentro da linha da Fiat. Ao se situar no topo da gama do hatch compacto, a configuração esportiva tinha preço muito semelhante ao do médio Bravo, lançado exatamente naquele ano e equipado com o mesmo motor.
O problema é que o apelo econômico não parece ter sido suficiente. Apesar da queda de preço ter sido na ordem dos R$ 10 mil, o share de vendas do Punto T-Jet ainda não empolga. Hoje, 4% de todos os Punto vendidos são da configuração esportiva. Ao menos, em termos absolutos, mais unidades do veículo ganharam as ruas. Isso porque a reestilização de julho deu uma “animada” nas vendas de toda a linha. Antes do face-lift, a média mensal de emplacamentos ficava na ordem dos 2.700 exemplares. Hoje, esse número supera as 4.500 unidades por mês. É verdade que o mercado como um todo também foi impulsionado com a redução do IPI, mas o crescimento de 68% é inegavelmente significativo.
O principal apelo do T-Jet ficou inalterado nas modificações do meio do ano. O que é algo bom. Afinal, o motor 1.4 turbo sempre foi o destaque do hatch. Com o auxílio de uma turbina de 1,0 bar de pressão e intercooler, ele desenvolve 152 cv a 5.500 rpm e tem torque de 21,1 kgfm entre 2.250 e 4.500 giros. Importado da Itália, o propulsor roda apenas com gasolina. Diferentemente do Bravo T-Jet, que também tem uma transmissão italiana de seis marchas, o Punto mantém a mesma unidade usada em outros tantos modelos da Fiat por aqui, com cinco velocidades. Com peso total de 1.263 kg, o compacto acelera de zero a 100 km/h em 8,3 segundos e atinge os 203 km/h, segundo a fabricante.
Contudo, existiram novidades na maneira como essa força é entregue. A linha 2013 do T-Jet conta com o que a Fiat chama de sistema DNA. A sigla é uma abreviação dos três modos de condução que pode-se impor ao carro. No “Dinâmico” a sensibilidade do acelerador fica maior. Isso significa que pequenas pressões no pedal geram uma maior abertura da borboleta de aceleração. No “Normal”, o sistema não faz alterações no mapeamento do motor. Já o modo “Autonomia” é uma adatapção do que na Europa se usa para neve. As respostas do propulsor são mais lentas para não haver destracionamento das rodas. Tanto em “Dinâmico” como em “Autonomia”, a tela do computador de bordo “avisa” a hora certa de trocar de marcha. Além disso, no modo mais agressivo ele mostra um gráfico com a utilização da turbina, enquanto no outro aparece um econômetro que ajuda na economia de combustível.
Para cumprir o papel de ser o Punto topo de linha, o T-Jet também é bem equipado. O pacote de segurança é composto por airbag duplo, ABS com EBD, faróis de neblina e freios a disco nas quatro rodas. Entre os itens de conforto estão o ar-condicionado analógico, computador de bordo, direção hidráulica, cruise control, sensor de estacionamento traseiro, rodas de 17 polegadas, bancos revestidos parcialmente em couro e rádio/CD/MP3/USB/Bluetooth. Com todos os opcionais – ar digital, navegador por setas, sensor de chuva e luminosidade, retrovisor eletrocrômico, airbags laterais e de janela e teto solar panorâmico –, a conta sobe para R$ 65.299.
Esteticamente o T-Jet também se diferencia do resto da gama. Ele tem o já manjado kit que inclui para-choques mais pronunciados, minissaias laterais, faixas com o nome da versão e rodas maiores. Até porque, como qualquer esportivo que se preze, o Punto com motor turbo também atende quem quer aparecer.
Ponto a ponto
Desempenho – Sem
dúvida, o Punto T-Jet é um dos carros nacionais mais divertidos de ser
guiado. Ele traz a combinação de um motor turbo com boa potência, câmbio
manual e pouco peso. É pisar no acelerador e ver os giros subirem
rapidamente, resultado de uma relação curta nas primeiras marchas. O
velocímetro também acompanha o ritmo. Os 21,1 kgfm de torque entre 2.250
e 4 mil rpm ajudam a levar o hatch de zero a 100 km/h em 8,2 segundos. O
modo “Dinâmico” do seletor central não chega a mudar a força
desenvolvida pelo motor, mas faz com que ele fique nitidamente mais
reativo. Nota 9.
Estabilidade – Claro
que a tração dianteira não é mais indicada para um esportivo. Mas o
Punto T-Jet consegue se comportar eficientemente. A suspensão é bem
calibrada e apoia bem no chão. Os pneus 205/50 R17 também cumprem o
papel de agarrar no asfalto. Há uma leve tendência a sair de frente
quando se força muito em uma curva. Nada grave, no entanto. Nota 8.
Interatividade – A
posição de dirigir do Punto agrada. Nem é muito no chão, nem alta
demais. A versão T-Jet adiciona pedaleiras com acabamento diferente, que
dão mais aderência. O volante tem ótima pegada e agrega botões que
controlam o rádio e o computador de bordo, mas poderia ser um pouco
menor. O quadro de instrumentos tem grafismo exclusivo e é simples de
usar. Uma boa solução da Fiat foi usar a tela do computador de bordo
para mostrar informações do carro dependendo do modo de condução
escolhido: no Dinâmico aparece um indicador de pressão do turbo e no
Autonomia, um econômetro. O câmbio, como é tradição na marca italiana
poderia ter melhores engates. Nota 8.
Consumo – Não há medições do InMetro
para o Fiat Punto T-Jet. O hatch apontou média de 9,6 km/l de gasolina
no computador de bordo. Nota 8.
Conforto – Para um
carro de pretensões esportivas, o Punto é surpreendemente confortável. O
acerto de suspensão é mais rígido do que no carro “normal”, mas não
atrapalha a vida dos ocupantes. Na cabine, por sinal, o espaço é justo.
Atrás, os vãos para pernas e cabeças são limitados e um quinto ocupante
no meio fica bem espremido. O isolamento acústico é eficiente. Nota 7.
Tecnologia – A
plataforma do Punto brasileiro é diferente da europeia – a suspensão
traseira é menos sofisticada. O motor turbo é competente, mas deve
refinamento a alguns propulsores mais modernos, como o 1.6 THP da PSA e
BMW. A lista de equipamentos do T-Jet traz o essencial para um carro
desta faixa de preços. E ainda há a opção de equipá-lo com teto solar e
seis airbags, por exemplo. Nota 8.
Habitalidade – O
sistema DNA atrapalha a vida a bordo do Punto. Ele toma todo o espaço de
um porta-copos, o que limita o uso da área. Dessa forma, para espalhar
itens de uso rápido, é preciso recorrer ao compratimento sob a alavanca
do freio de mão, um lugar pouco prático. As portas são justas e não
oferecem bons acessos. O porta-malas leva 280 litros, condizente com o
segmento. Nota 6.
Acabamento – Foi um
dos pontos em que o Punto mais evoluiu em seu recente face-lift. O
painel ganhou um aplique de plástico emborrachado, semelhante ao do
Bravo. O volante recebe um couro pespontado e aparenta boa qualidade,
assim como os bancos. A ótima sensação inicial só é quebrada por vãos de
tamanho considerável em alguns encaixes. Nota 8.
Design – O Punto é um
carro agradável de olhar. Já é conhecido do mercado brasileiro, mas
ainda chama atenção. O face-lift foi discreto, principalmente no
exterior, mas serviu para dar uma necessária rejuvenescida no compacto
da fabricante italiana. A versão T-Jet deixa a mistura mais interessante
graças às rodas e aos apliques na carroceria. Nota 8.
Custo/benefício – O
preço inicial do Punto T-Jet é bem atrativo. E nos R$ 55.740 já esta
inclusa uma lista de equipamentos recheada. Os opcionais deixam o
conjunto mais interessante, mas aumentam muito a conta final. Só a
adição de airbags laterais e de cortina e do teto solar panorâmico sobe o
preço para R$ 62.166. Mesmo assim, não há outro carro tão divertido e
bem acertado dinamicamente nesta faixa de preços. A concorrência só fica
mais forte quando as cifras atingem os R$ 75 mil, quando aparece o
Citroën DS3, por exemplo. Nota 8.
Total – O Fiat Punto T-Jet somou 78 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Com um pé na adrenalina
A reestilização trouxe uma pequena e necessária dose de novidade ao desenho do Punto. Com os detalhes estéticos exclusivos da versão T-Jet, o conjunto fica de fato bem agressivo. Destaque para as belas rodas de 17 polegadas que lembram as usadas pela Abarth na Europa.
Mas é no banco do motorista que o T-Jet mostra os seus principais atributos. Começando pela cabine em si, bem acabada e com desenho interessante. Há até um aplique de plástico emborrachado pintado na cor da carroceria. O acabamento, por sinal, foi o item em que o Punto mais evoluiu no face-lift realizado pela Fiat no meio do ano. O volante é bonito e tem excelente pegada. Os pedais com revestimento em alumínio são de série da configuração e vistosos.
A reestilização trouxe uma pequena e necessária dose de novidade ao desenho do Punto. Com os detalhes estéticos exclusivos da versão T-Jet, o conjunto fica de fato bem agressivo. Destaque para as belas rodas de 17 polegadas que lembram as usadas pela Abarth na Europa.
Mas é no banco do motorista que o T-Jet mostra os seus principais atributos. Começando pela cabine em si, bem acabada e com desenho interessante. Há até um aplique de plástico emborrachado pintado na cor da carroceria. O acabamento, por sinal, foi o item em que o Punto mais evoluiu no face-lift realizado pela Fiat no meio do ano. O volante é bonito e tem excelente pegada. Os pedais com revestimento em alumínio são de série da configuração e vistosos.
Mas, com motor ligado e pé embaixo, pouco se repara no belo trabalho feito no interior. O motor 1.4 turbo é animado e ganha giros com facilidade. Ele não é tão suave como o 1.6 THP da PSA ou o 2.0 TFSI da Volkswagen, mas dá conta de mover os 1.263 kg com extrema competência. O torque vem em sua totalidade em rotações médias e empurra o hatch com força. O zero a 100 km/h é feito em 8,3 segundos e dá para superar os 200 km/h a bordo do Punto T-Jet. Nas saídas de sinal, é preciso dosar bem os pedais de acelerador e embreagem para evitar escandalosas cantadas de pneu.
A “brincadeira” fica mais divertida com o sistema DNA. Ele claramente muda a maneira com que o Punto responde às investidas no pedal da direita. No modo Dinâmico, a impressão é que o carro fica mais reativo e o ronco invade com mais “vontade” a cabine. O computador de bordo ainda exibe um gráfico de barras que mostra quanto trabalho a turbina está fazendo. Tipo de detalhe que é difícil de tirar o olho.
A maneira com que o Punto encara
curvas também agrada. É um carro bem equilibrado e com boa aderência. No
limite, ele tende a sair de frente, mas é preciso forçar muito para
atingir esse ponto. Se a opção do motorista for por manter uma tocada
pacata, o T-Jet se comporta como um Punto comum. Tem suspensão com curso
suficiente para encarar a buraqueira sem incomodar os ocupantes e conta
com espaço justo. Diversão na medida certa.
Ficha técnica
Fiat Punto T-Jet
Motor: Gasolina,
dianteiro, transversal, 1.368 cm³, quatro cilindros em linha, turbo,
intercooler, quatro válvulas por cilindro. Comando duplo de válvulas no
cabeçote. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração.
Potência máxima: 152 cv a 5.500 rpm
Torque máximo: 21,1 kgfm entre 2.250 e 4.500 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 8,3 segundos.
Velocidade máxima: 203 km/h.
Diâmetro e curso: 72,0 mm x 84,0 mm. Taxa de compressão: 9,8:1
Suspensão: Dianteira
independente do tipo McPherson, com braços oscilantes fixados em
subchassi, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos
pressurizados e barra estabilizadora. Traseira com rodas
semi-independentes, com barra de torção, barra estabilizadora integrada e
amortecedores hidráulicos pressurizados. Não oferece controle de
estabilidade.
Pneus: 205/50 R17.
Freios: Discos ventilados nas quatro rodas. Oferece ABS com EDB.
Carroceria: Hatch em
monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,06 metros de
comprimento, 1,68 m de largura, 1,49 m de altura e 2,51 m de
entre-eixos. Oferece airbags frontais de série e laterais e de cortina
como opcional.
Peso: 1.263 kg.
Capacidade do porta-malas: 280 litros.
Tanque de combustível: 60 litros.
Produção: Betim, Brasil.
Lançamento no Brasil: 2007. Reestilização: 2012.
Itens de série: Ar-condicionado, banco
do motorista com regulagem de altura, bancos revestidos parcialmente em
couro, rádio/CD/MP3/USB/Bluetooth, computador de bordo, direção
hidráulica, faróis de neblina, ABS com EBD, airbag duplo, cruise
control, trio elétrico, rodas de liga leve de 17 polegadas, sistema DNA,
sensor de estacionamento traseiro e volante multifuncional com
revestimento em couro
Preço: R$ 55.740.
Opcionais:
Ar-condicionado digital, navegador com setas, sensor de luminosidade e
chuva, retrovisor interno eletrocrômico, airbags laterais e de cortina e
teto solar panorâmico.
Preço completo: 65.299.
Fonte: Motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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