20 de dez. de 2011

Caminhões: Sistema de gerenciamento de frota é o grande irmão do motorista

Ilustração: Afonso Carlos/CZN
Caminhões: Sistema de gerenciamento de frota é o grande irmão do motorista Sistemas de gerenciamento de frotas monitoram caminhões e viram “parceiros” das transportadoras

por Igor Macário
Auto Press


Economizar é contar os centavos. Para reduzir os custos de seus principais clientes e ganhar competitividade em relação à concorrência, vários fabricantes de caminhões desenvolveram sistemas integrados de gerenciamento de frotas à distância. Eles monitoram a localização e o funcionamento de cada veículo em tempo real, assim como as ações e hábitos do motorista. A ferramenta permite uma análise detalhada de como cada motorista se comporta ao volante e mostra o que pode ser melhorado para aumentar a produtividade ainda mais. O sistema funciona através de um transmissor instalado em cada caminhão, que envia os dados via rede celular para os servidores da marca, onde essas informações são reunidas e apresentadas separadamente para cada cliente – mediante a assinatura de um pacote de serviços.

O principal benefício desses sistemas é a otimização de custos para os transportadores, com a esperada queda no uso de combustível, através da escolha do melhor caminho traçado por cada caminhão, além de permitir o deslocamento mais eficiente da frota para atender às necessidades de cada empresa. “O sistema possibilita ao cliente obter informações detalhadas sobre a utilização dos caminhões, como a quantidade exata de combustível usada, velocidade instantânea e média do percurso e até o tempo de permanência em cada marcha”, explica Volney Macchini, supervisor de suporte a frotista da MAN Latin America, que oferece o Volksnet. Alguns ainda são capazes de diagnosticar falhas mínimas, como uma lâmpada queimada ou desgaste excessivo de uma pastilha de freio. Cada problema é informado ao motorista por mensagens na tela do computador de bordo do caminhão.

A Volvo Caminhões apresentou durante a última Fenatran, em outubro desse ano, o Dynafleet. O sistema pode equipar os caminhões da série F – FH e FM –, e os VM. “Os clientes podem consultar os detalhes da operação do veículo, consumo de combustível instantâneo, quilometragem percorrida, e ainda ajudar a equipe técnica especializada na resolução de possíveis problemas no caminhão através do envio dos códigos de falhas para a central”, explica Christiano Blume, gerente de telemática da Volvo do Brasil. O sistema da marca sueca ainda registra variações no nível de combustível, o que pode acusar possíveis roubos de diesel. Ainda segundo Blume, o Dynafleet pode ser instalado posteriormente em caminhões já em uso, desde que sejam dos modelos compatíveis com o sistema. Há ainda a possibilidade dos veículos saírem com um “kit de preparação básica”, que facilita a instalação posterior dos componentes. “O Dynafleet ainda pode ser integrado ao software de logística das empresas, que reunirá os dados da utilização de cada veículo para organizar melhor as saídas e as rotas utilizadas”, completa Blume.

A Mercedes-Benz, por sua vez, dispõe do FleetBoard, que oferece funcionalidades semelhantes ao Dynafleet, além de operar pelo mesmo princípio. As informações dos caminhões das linhas Actros e Axor, as maiores da marca, são enviadas para servidores na sede da Daimler, na Alemanha, e disponibilizadas na internet para os clientes mediante a apresentação de uma senha fornecida na contratação do serviço. “O FleetBoard foi desenvolvido junto com o sistema eletrônico do caminhão, ao qual é totalmente integrado. Ele dispensa a instalação de componentes extras para seu funcionamento e se comunica com o motorista através do computador de bordo”, salienta André Weisz, gerente do produto para a Mercedes-Benz do Brasil. O sistema lê todas as informações da central eletrônica do caminhão – como velocidade, rotação do motor, marcha utilizada, peso da carga, além da localização por GPS – e passa em tempo real para a plataforma online.

Monitorar uma frota, é claro, não sai de graça. “Entre R$ 2.500 e R$ 4 mil para a instalação do equipamento opcional, dependendo do modelo do caminhão, para o FleetBoard. Mais uma mensalidade de R$ 150 por veículo monitorado”, conta André Weisz, da Mercedes-Benz. A Volvo não divulgou o preço de instalação do Dynafleet, mas as mensalidades variam entre R$ 88 e R$ 111, de acordo com o pacote contratado. Na marca sueca há a possibilidade da aquisição do sistema com ou sem a opção de mostrar também a posição geográfica do caminhão, enquanto na Mercedes-Benz o GPS sempre faz parte do pacote. O sistema alemão também pode ser instalado posteriormente nos caminhões da marca, e a partir de 2012 estará disponível para todos os modelos Mercedes-Benz.

A MAN Latin America oferece o Volksnet desde 2007 para todos os seus caminhões com motor eletrônico. O sistema tem o mesmo funcionamento dos demais, com a instalação de transmissores de dados via rede celular para uma central que recolhe, compila e coloca os dados da utilização dos caminhões na internet através de um servidor. A diferença é que o sistema é oferecido por uma empresa prestadora de serviços afiliada à MAN, a Zatix, também encarregada pela instalação dos componentes eletrônicos nos veículos. O Volksnet custa entre R$ 2.500 a R$ 3.900, com uma mensalidade de R$ 190 por cada caminhão. “Geralmente indicamos que a empresa designe um funcionário para receber e traduzir os dados dos relatórios para que o sistema possa ter sua eficiência ampliada e todas as funcionalidades exploradas”, salienta Volney Macchini, supervisor de suporte a frotistas da MAN. “A partir de 2012, todos os modelos da linha Advantech – entre eles os 19.370, 25.370 e 26.370 – serão equipados de série com o sistema”, completa Macchini.

É notável a preocupação das fabricantes em oferecer serviços que antes contratados “por fora” para as frotas de caminhões – e que muitas vezes se resumiam ao monitoramento por GPS. O aumento da complexidade dos sistemas eletrônicos dos veículos demanda maior conhecimento e especialização para realizar a instalação de componentes anexos ao funcionamento do veículo, o que torna indispensável a presença da marca no processo. Além disso, a redução do uso de combustível e a maior durabilidade do caminhão que podem ser obtidos através do monitoramento dos hábitos do motorista fazem parte dos planos dos departamentos de marketing dos fabricantes de fazer caminhões mais econômicos e “amigos do meio-ambiente”.
Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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