Esportivo de competição tem motor 3.0 de mais de 200 cv e atinge 235 km/h
Igor Thomaz // Fotos: Guilber Hidaka
Porsche 911 Carrera 1979 participou da competição GT Classics
Foi assim em 1953, quando um Spyder 550 Coupé venceu a categoria até 1.600 cc na IV Carrera Panamericana, no México, em 1954, na passagem do Spyder 550 por São Paulo pelas mãos do piloto Hans Stuck, ou quando a marca esteve presente ao Gran Premio International de Venezuela, em Caracas, ocasião em que o 356 A Carrera também venceu em sua categoria, só para citar alguns exemplos.
Rodas com filetes vermelhos calçam pneus 245/45 R16 na traseira e 205/55 R16
Recém-chegado dos Estados Unidos, o esportivo parece um zero quilômetro. A cor vermelha da carroceria contrasta com detalhes pretos, presentes também nas molduras da área envidraçada. O mesmo jogo de cores pode ser visto nas rodas, pretas com um filete de cor vermelha – e calçadas em pneus 245/45 R16 na traseira e 205/55 R16 da dianteira.
Na parte de trás do esportivo, destaque para o enorme aerofólio, com entradas de ar para reforçar a ventilação do motor, um boxer refrigerado a ar de seis cilindros, com exatos 2.994 centímetros cúbicos de cilindrada. “Originalmente, o modelo oferece cerca de 200 cv de potência e 26 kgfm de torque, mas o antigo dono deste Porsche colocou um comando de válvulas para melhorar ainda mais o desempenho e também adotou um sistema de escape esportivo. Além disso, os amortecedores originais foram trocados por um jogo da Bilstein, que mantém o 911 ainda mais equilibrado nas curvas”, comenta Murillo Cerchiari, sócio da San Diego Motorsports, empresa responsável pela importação do clássico.
Suspensão modificada para competição garante estabilidade do clássico
A bordo do mito
Depois de contemplar o visual clássico e ainda tão atual do Carrera 1979, chega a feliz hora de entrar na máquina. Tão bem conservada quanto o exterior, a parte interna exibe uma forração de couro cor de caramelo de altíssima qualidade. Verdade que o 911 conta com banco traseiro, mas é difícil imaginas adultos acomodados ali.
Segundo dono, o 911 atinge 235 km/h. Nós chegamos perto dos 190 em Interlagos
A notícia triste é que tivemos tempo para apenas duas voltas pelo autódromo, já que as atividades na pista logo seriam encerradas. A primeira serviu para o fotógrafo e cinegrafista Guilber Hidaka captar as imagens do clássico e para que pudéssemos nos familiarizar com a força do motor, peso do pedal da embreagem, resposta da direção e dos freios e com o curso da alavanca da transmissão – longo para um puro-sangue como esse, mas nada a se estranhar para um modelo da época.
Interior é quase todo original e mostra projeto que tinha competição como objetivo principal
No trecho entre o Pinheirinho e o Bico de Pato, o 911 Carrera mostrou não apenas o quanto é ágil para retomar a velocidade. O modelo tem freios muito confiáveis e, mais do que isso, se mostra extremamente estável nas curvas – verdade que os amortecedores esportivos colocados no modelo amplificam esse efeito, mas os Porsche sempre se notabilizaram pela estabilidade em traçados sinuosos.
Grandes mostradores ficam bem à vista do piloto; Bancos de couro têm requinte e esportividade
Com a velocidade reduzida, o Porsche, como não poderia deixar de ser, mais uma vez se mostrou muito equilibrado na parte mais crítica do traçado paulistano. A carroceria praticamente não se inclinou em nenhum momento. Dali para a Curva do Sol, mais uma vez aceleramos ao máximo até a Reta Oposta, onde o 911 ficou perto das 120 mph novamente.
Aceleração de 0 a 100 km/h acontece em cerca de 6 segundos
Essa máquina, aliás, não é mais um modelo antigo que fica guardado a sete chaves em um galpão, conservado sobre cavaletes. O 911 Carrera participou da segunda edição do GT Classics, uma corrida de regularidade que reuniu 35 clássicos de diversos países no último dia 18, em Interlagos.
“Organizamos a primeira edição dessa prova em agosto, foi um sucesso. Como a repercussão foi muito boa, decidimos promover a segunda edição ainda em 2011. É possível que tenhamos um campeonato no ano que vem”, comenta Cerchiari, que havia pilotado o “nosso” Porsche na primeira edição da competição. Em corridas como essa, de regularidade, vence quem der o maior número de voltas pelo circuito no mesmo tempo (ou perto dele). Sendo assim, não importa se o modelo tem motor modesto ou se esconde um V12 superpotente. E foi justamente isso que o resultado da prova mostrou: em primeiro lugar ficou um Mini Cooper Morris 1.0 de 1969, seguido pelo nacional Puma GT 1977, Mercedes-Benz SL 350 1972, VW Fusca 1.200 1964 e Alfa Romeo TI4 1985.
Mais informações sobre a prova e também sobre o Porsche 911 Carrera 1979 que ilustrou a matéria de Autoesporte podem ser consultadas por meio do site da San Diego MotorSports: http://www.sdmotorsports.com.br.
Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com/
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