23 de nov. de 2011

Estreante em SP espera motivar patrocínios para buscar vaga

Luiz Razia disputará treinos livres em Interlagos, mas espera empresas para pensar em ser titular. Foto: Edson Lopes Jr./Terra Luiz Razia disputará treinos livres em Interlagos, mas espera empresas para pensar em ser titular
Foto: Edson Lopes Jr./Terra

Emanuel Colombari
Direto de São Paulo
Luiz Razia fará nesta sexta-feira sua estreia oficial na Fórmula 1. Apesar de não ser titular, o baiano de 22 anos será um dos pilotos da Team Lotus nos treinos livres para o Grande Prêmio do Brasil, no Autódromo de Interlagos. Ele irá substituir o italiano Jarno Trulli e correrá com o finlandês Heikki Kovalainen, graças à oportunidade dada pela equipe.


O teste em Interlagos, restrito apenas à sexta-feira, não é uma coincidência. Trata-se de uma escolha do próprio piloto que, por conta de um acordo, poderia fazer um treino livre na categoria em 2011. A opção pelo Grande Prêmio do Brasil, a partir daí, passou a ser lógica para Razia, que tem diversos motivos para querer fazer bonito diante de sua torcida.

"Primeiro, porque é minha casa. Tenho uma paixão muito grande pelo meu país, e represento essa bandeira onde for. Segundo, porque conheço a pista e vou estar com meu público. E também, porque os patrocinadores que eu estou buscando são daqui. Os patrocinadores que podem apoiar o Razia são brasileiros", esclareceu.
Nesta quarta-feira, durante evento realizado com a imprensa em São Paulo, Luiz Razia deixou claro que depende de patrocinadores para brigar por uma vaga de titular na Fórmula 1 em 2012 - e que é regra neste sentido, e não exceção. Sem descartar a chance de ser titular na próxima temporada, ele dedicou alguns minutos a lamentar a falta de investimento que as empresas brasileiras fazem nos pilotos do País que buscam a F1.
"Quando eu vou procurar patrocinador, não vou pedir um favor; vou oferecer uma oportunidade. As empresas estão receosas", disse Razia, que conta com encarregados no Brasil e nos Emirados Árabes Unidos para buscar tal suporte. "Realmente está difícil. A gente sabe o nível dos pilotos que o Brasil tem. A gente tem talento, mas precisa de apoio. Não estou me fazendo de coitado, mas não consigo entender o porquê", completou.
O piloto baiano, reserva na Team Lotus, chegou até mesmo a sugerir isenção de impostos a empresas que patrocinem pilotos brasileiros. Porém, antes disso, espera evolução nas categorias de acesso no Brasil, como o kart, a Fórmula 3 e a Fórmula Ford, cujo retorno é estudado. Sem tal base, os pilotos vão mais cedo para a Europa, e a relação com os patrocinadores nacionais fica mais turva.
"É uma parte muito delicada. A gente faz a base no kart, e se comparar com a década de 90, é realmente difícil a situação. Antes, eram 46 pilotos, faziam seletiva; agora, juntam categorias para dar grid. A situação econômica está difícil na Europa. O automobilismo em geral é caro, e é difícil encontrar suporte", lamentou. "Na verdade, a gente não recebe incentivo de nada. A galera puxa o barco para baixo", acrescentou.
O próprio Razia admitiu que a questão financeira atrapalhou suas chances de disputar uma etapa como titular na temporada 2011 da Fórmula 1. A Team Lotus é a atual décima colocada do Mundial de Construtores, e fecharia a lista das dez equipes que receberão suporte financeiro para disputar a temporada de 2012. Porém, como poderia ser ultrapassada por alguma das rivais abaixo da classificação (Virgin ou Hispania, que poderiam superar o 13º lugar de Heikki Kovalainen na Itália), a Team Lotus preferiu não arriscar e manter a dupla de titulares no Autódromo de Interlagos.
"Não estou correndo o GP de São Paulo por isso. O décimo lugar (classificação geral) pode vir disso. Um acidente pode custar US$ 23 milhões, e eu não posso levar isso", explicou, lembrando a chance que foi dada antes ao indiano Karun Chandhok como titular no GP da Alemanha, em julho. "Ficou pelo preço de não terem feito ponto. Mas eu não vou estar mais triste do que eles", completou.

Fonte: terra.com.br
Disponível no(a):http://esportes.terra.com.br

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