26 de fev. de 2011

Clássicos nacionais em versão radiocontrada

 Ricardo Sant'Anna // Fotos de André Espinola e Castro
André Espinola e Castro
Fusca foi a primeira obra de Fred, que produz diversas bolhas de modelos nacionais

 
André Espinola e Castro
O artista Fred Cavalcanti
Há cerca de 20 anos, o paulistano Antônio Frederico Cavalcanti chegou ao seu comércio e, como sempre, estacionou o Fusca 1967 em frente à loja. Mas quisera o destino que o Volkswagen fosse roubado naquele dia e nunca mais fosse encontrado. “Tinha paixão por aquele carro, mas decidi não comprar outro, só queria uma miniatura que o lembrasse”, conta Fred, como é conhecido. Então, o comerciante tentou comprar bolhas de carrinhos radiocontrolados em todo o mundo, e nada de achar o besouro. “Como trabalhei na indústria de plásticos, usei a experiência para criar minha própria bolha”, relembra. Isso aconteceu em 2000, e acabou mudando a profissão de Fred. Há quatro anos ele vive disso: criar bolhas de carros nacionais.

Cada projeto leva de 20 a 25 dias para nascer. “Reúno diversas fotos do carro, observo sua anatomia e desenvolvo um molde em resina, que é lapidado à mão”, explica. Depois, é hora de acertar o encaixe nos chassis mais utilizados pelos entusiastas. As bolhas são feitas em policarbonato de alta resistência, aquecido a 150° C para que ganhe forma. Ficam prontas em 15 minutos. O material é de alta resistência para suportar o impacto sofrido pelas miniaturas. E os adesivos, que simulam grades e faróis, são produzidos no computador.

André Espinola e Castro
Lanternas, para-choque e grades do capô: tudo nos mínimos detalhes

Entre as obras de Fred se destacam o Fusca, precursor de tudo, e o Opala cupê da década de 70. Os projetos mais recentes incluem o Passat TS, que ganhou até mesmo a pintura em amarelo-claro, como o carro da época. No forno estão modelos como a Parati e Saveiro dos anos 90, que devem ser lançados em breve. Cada peça é vendida nas lojas do ramo por R$ 70, cerca de R$ 10 a mais do que bolhas fabricadas no exterior. Mas será que sobra tempo para Fred acelerar suas obras? “Prefiro fazer. Quem acelera são meus filhos”.

André Espinola e Castro
André Espinola e Castro
Opala da década de 70 é o que mais chama atenção pelo realismo. Repare no logotipo aplicado sobre o para-lamas

André Espinola e Castro
André Espinola e Castro
Passat TS foi pintado na cor amarelo geladeira, como no modelo original

Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com/

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